São João do Nordeste: sonhar ainda é possível!

Em sonho, nada é impossível. Mas não é exagero dizer que há 50 anos ninguém teria a ousadia de sonhar que na metade da terceira década do século XXI a cor preta seria predominante nas vestimentas do povo nordestino, justamente nas grandes aglomerações juninas, promovidas com o dinheiro público.

Num  mundo cada vez mais globalizado, outrora, precificado pelos estudiosos da época como algo inevitável, a chamada reserva de mercado  é aplicada  pela força, no sentido da “proteção interna” e, em alguns casos, pelo interesse coletivo.  Os detentores do capital financeiro são especialistas nessa matéria e sabem “mexer” bem com as peças no tabuleiro. Ou seja: as massas sempre acompanham as “tendências”….

Extremamente rico e detentor de um capital cultural singular e valiosíssimo, o Nordeste brasileiro amarga a doença “da mau sorte”  de ser dirigido e liderado por políticos entreguistas: em regra,  simulam o compartilhamento das dores no atacado, para se beneficiarem no varejo do particular.

E como nos sonhos nada é impossível, que bom seria se os políticos do nosso pedaço do Brasil (Nordeste), em sinal de respeito ao fortalecimento financeiro e cultural da região que representam,   fechassem  –  apenas no São João –  a “porteira musical”  para o resto do País e numa só voz bradassem a todos pulmões: vamos promover os artistas e as manifestações genuínas  dos 9 estados,  num amplo intercâmbio cultural, no sentido da proteção, promoção e desenvolvimento financeiro da região.  Nada mais justo!!!

Aliás, dinheiro é o que não nos falta. Ainda sem despertar do sono – para não ser taxado de ingênuo –  tenho absoluta  certeza de que em uma década já estaríamos (Nordeste) exportando festivais joaninos para os quatro cantos mundo. Finalmente, teríamos um produto “made in nordeste” para chamar de seu.

Mas a vida é vivida no “mundo dos acordados” e enquanto essa realidade estiver vigente  – atrações musicais alheias ao interesse da cultura local –  apenas os sabidos e os mal intencionados estarão  se dando bem com o atual  formato dos  festejos juninos. Aliás, cada vez mais “encaixadinhos”…..

O Povo nordestino, coitado, não consegue nem sonhar, muito menos pensar de como seria tão bom e efetivamente sustentável  ter um São João  genuíno: cultura e artistas da região sendo protagonistas e cantando de galo em seu vasto  terreiro, que se chama NORDESTE DO Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *