Reeleição: mudei de posição…….

Respeitando os direitos e os prazos de quem encontra-se no jogo político, o Congresso Nacional segue mudando as regras para o fim da reeleição para os cargos em disputa nos poderes legislativo e  executivo,  nas três esferas: federal, estadual e municipal.

Nada mais real do que o mundo prático das coisas. Lembro bem, que lá pelo final da década de 90 (1990), quando se começou discutir  o processo  da reeleição no Brasil –  após a Constituinte de 1988 – naquela ocasião, fiquei entusiasmado com a novidade. O argumento era simples e lógico: “quem tiver fazendo um bom governo fica.  Quem não prestar,  o povo tira”.

Queimando a partida,  a “novidade” tinha como objetivo reeleger o então presidente Fernando Henrique Cardoso, que convenhamos tinha uma aprovação popular elevada. Na Câmara Federal, autor da Emenda à Constituição, um aliado pernambucano: Mendonça Filho.

Fernando Henrique foi reeleito e o tempo passou. Hoje, respeitando todas as opiniões diferentes, entendemos que o processo da reeleição para os cargos majoritários no Brasil, na prática, foi u erro!

Mas que bom que também aprendemos com os erros…..

Tanto na parte de cima quanto na parte de baixo do Poder – de presidente a prefeito – o que constatamos, ao longo dessas quase três décadas, foi o uso criminoso e descarado da máquina pública,  em favor dos ocupantes dos cargos em disputa ou para os  “abençoados pelo poder”.

Com efeito, de maneira geral, o modelo de gestão dos que acabam de assumir um cargo no Executivo passou a ser o que melhor garanta à reeleição. Temas necessários, quase sempre desgastantes,  são empurrados para debaixo do tapete para não “azedar” a relação com o eleitorado, cada vez mais atento em função do acesso às redes sociais. Na ordem do dia, apenas “perfumaria e favores quase sempre impublicáveis”. 

Para concluir, hoje, diferente da minha visão dos anos 90, levanto a bandeira dos que diziam: “o Brasil não está preparado para reeleição”. E acrescento: nossos órgãos de controle e nossas câmaras legislativas, não obstante um novo conjunto de ferramentas disponíveis, ainda padecem de rigor moral e ético,  para julgarem os mal feitos de quem quer que seja….

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