Momento Cultural: SÓ DAR AMOR – Por Manoel de Holanda Cavalcanti.

Na restrição, pra mim, de desfavor,
destas quatorze linhas d’um soneto,
Eu nem de leve tocarei no amor;
a falar sobre sonhos não me atrevo/Eis que se foi embora um bom quarteto!
quero falar do sol, no esplendor,
das estrelas, do mar; não intrometo
o coração, em cousas de valor/Sei da história do mar apaixonado
por Diana que o fita com dulçor,
na ausência do sol, seu namorado/Mas, já se viu que cérebro demente?
quero banir deste soneto o amor,
e um soneto fazer de amor somente!…..

(Coleção do Prof. José Aragão)

Manoel de Holanda Cavalcanti, vitoriense nascido em 18.XI.1897 e falecido em 22.3.1978. Filho de Joaquim de H. Cavalcanti e de Olindina de H. Cavalcanti. Irmão dos também poetas Henrique e Corina. Exerceu por muitos anos o serviço cartorial, do registro civil. Cultor das letras tinha uma prosa amena e agradável, como também a sua poesia.

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