O que faz a representação é a cobrança.

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Muito se discute na cidade a razão de ser tão difícil eleger vereadores que não sejam nem do grupo de Henrique, de Aglailson ou de Elias Lira. A resposta não é fácil. A verdade é que houve diversas tentativas na cidade de se construir o que chamam de “terceira via”, mas de alguma maneira não se consegue conquistar o mandato: na última eleição por exemplo, Zé da Juliana ficou com cerca de 20 votos da vitória, em uma coligação formada pelo PT, PCdoB e PV; e o PT já participou de vários tipos de coligações, grandes, médias e pequenas na cidade, mas também não conseguiu eleger um vereador.

Acontece que os líderes das três principais “cores” da cidade são verdadeiros experts em manter as coisas como estão. Eles se esforçam para tentar desencorajar qualquer tipo de iniciativa da “terceira via”, de maneira a manter a eterna polaridade em nossa cidade. Em uma das últimas Sessões da Câmara dos vereadores, isso ficou particularmente claro no momento em que os vereadores debatiam o número das vagas legislativas para as próximas eleições e a maioria insistiu pela manutenção de 11 cadeiras. O vereador Saulo, expressou sua insatisfação: “não entendo porque o interesse em impedir que outros vereadores entrem nessa casa”.

Enquanto estamos em nossos doces lares, assistindo televisão, navegando na internet, jantando etc., a maioria dos nossos representantes está constantemente respirando política. Eles fazem cálculos e mais cálculos de votação, pensando a melhor maneira de se manter no poder ou na melhor maneira de se vingar de seus grupos opositores. Na verdade um tipo de jogo, cujos participantes parecem estar verdadeiramente viciados. E nesse jogo, as cartas não apenas são dadas pelo poder executivo, como costumam já estarem marcadas: Elias Lira é quem determinará o número de vagas.

O caso é que permanecendo 11 vagas, não só os pequenos grupos terão chances remotas de conseguirem uma vaga, quanto o prefeito consegue controlar os vereadores de sua base e os da oposição (possivelmente 2 vereadores de Aglailson e um de Henrique Queiroz). E assim, 60 mil eleitores vão às urnas da cidade votar, numa eleição em que mais de 60 por cento do resultado já é previsto pelos principais jogadores.

Muito tem se discutido a respeito do número de vagas na câmara. Mas se fizermos uma pesquisa a respeito de quantos vereadores serão necessários em 2016 (se 13, 15, 17 ou 19), a resposta da população deve ser amplamente esta: tem como ser menos que 11? E isso acontece justamente por conta do mal-estar em relação a um poder legislativo que há muito não consegue cumprir com suas 3 principais tarefas: legislar, fiscalizar e representar.

Entretanto, a boa notícia nisso tudo (e é isso que o nosso movimento prefere acreditar) é que não é a quantidade de vereadores que faz termos uma câmara mais representativa.  Ora, os nossos representantes estarão cada vez mais sintonizados com a população somente no momento em que o povo não deixar nossos governantes sossegarem, no momento em que houver mais cobranças, no momento em que a opinião pública da cidade estiver vigilante. Parte deste trabalho tem sido feito atualmente na câmara dos vereadores, com o trabalho dos blogs, do programa de rádio que acompanha e dos compartilhamentos nas redes sociais.

Lembramos do tempo, há dois anos, em que na plateia só havia integrantes do nosso movimento e as vezes alguns assessores da câmara. Hoje, qualquer um que vá a Sessão pode verificar que as cadeiras se encontram cheias e os celulares com câmeras ligadas. Sendo assim, ainda chegará o momento em que todos nós perceberemos que a qualidade dos nossos governantes não estará do lado das 11 vagas dos vereadores, mas do lado do olhar vigilante e incansável daqueles que assistem silenciosamente na plateia. A cobrança é que faz a verdadeira representação.

aposente

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