A Seleção Brasileira de Futebol – a nossa Canarinha – representa muito mais do que por vezes um simples jogo televisionado. Na formação do Estado nacional brasileiros vários fatores contribuíram para a construção da identidade nacional. Nos moldes do art. 13, § 1º da Suprema Carta Brasileira junto com a língua e os símbolos nacionais (a bandeira, o hino, as armas e os selos), nenhuma construção se equipara ao terno esportivo canarinho.
E o locutor pode até narrar que: “Neymar defende o chute, lança para o lateral Neymar e avança para o centroavante Neymar que faz um belo passe e assistência e Gooooolllll de Neymar.” O futebol é jogo coletivo essencialmente, mas, por vezes somos induzidos a pensar em pura individualidade, porquê, disso cria-se um cenário mercadológico invencível e com a alienação midiática ‘heróis e fenômenos’. Não à toa o indiscutível craque Neymar virou o maior e mais bem pago garoto propaganda, vendendo de chupeta de menino a shampoo de cabelo. São proclamados ‘ídolos e fenômenos’, suas genialidades são irrefutáveis, porém por exemplo, Neymar e Ronaldo sofrem contusões e mal súbitos questionáveis e nas decisões ‘amarelam’…
A mídia conservadora silencia e não toca no conluio e promiscuidade meios de comunicação nos contratos de transmissão e contratos de patrocínio, leia-se Nike. A ‘Traffic’ (literalmente: tráfico no léxico inglês) cujo Hawilla é fundador e dono é a maior empresa de marketing esportivo da América Latina e negócios incluem também a TV TEM, afiliada da Rede Globo que transmite para 318 municípios do interior paulista. Mino Carta vaticinou: “No Brasil, muito pouco se fez, pouco demais décadas a fio, para atingir os responsáveis pela degradação progressiva do esporte mais amado, contra a corrupção desbordante e acintosa. Na mídia, vozes isoladas, a começar por Juca Kfouri, em papel impresso, no rádio e na tevê. Alguns blogueiros, por exemplo, Luiz Carlos Azenha, autor, juntamente com três colegas, de um livro a respeito do assunto, O Lado Sujo do Futebol. Ou Paulo Henrique Amorim.”
Na volta de um encontro em João Pessoa com os amigos da AblogPE (Associação dos Blogueiros e Ativistas Digitais de Pernambuco), foi me observado as mensagens subliminares e sacras estampadas nas Kombis/Vans na região do litoral norte pernambucano como sinal de identificação da burla no transporte alternativo e de que corrente é seu ‘coletor’ de pedágios …. “Deus é fiel” e “Jesus salva” é comumente visto na porta traseira dos veículos. Os signos e sinais estão em toda parte, mas, “o essencial é invisível aos olhos” como diz Antonie Saint Exupery na sua obra “Le Petit Prince” e, também, Bod Dylan sentencia “que Jesus Cristo foi traído por um beijo (That Jesus Christ Was betrayed by a kiss)”… Lembrei do cumprimento dos dirigentes da FIFA, os beijos de Havelange e Blatter estão claros…; sinal de irmandade?
No Brasil sempre temos uma legislação exuberante para tudo, embora, por muitas vezes pífias sua eficácia. O dever de transparência e informação dos eventos esportivos é direito garantido posto na Lei Federal nº 10.671/03 (Estatuto do Torcedor) em seu art. 5º, mas, a “regra não é tão clara” em assuntos extracampos. As ações contra a FIFA e seus dirigentes devem ser investigadas e, inclusive, desembocada aqui na CBF, esperemos isso! Por fim, vale-nos a alvissareira mensagem da Douta Procuradora americana Kelly T. Currie sobre as investigações: “Após décadas, segundo a denúncia, de corrupção descarada, o futebol internacional organizado precisa de um novo começo – uma nova chance para suas instituições fazerem uma vigilância honesta e apoiarem um esporte amado pelo mundo. Deixe-me ser clara: essa denúncia não é o último capítulo da nossa investigação”. Subscrevemos a mensagem da Procuradora americana todos nós brasileiros apaixonados incondicionalmente pela nossa Seleção Canarinha.
JAIRO MEDEIROS
Advogado
Assessor Jurídico da AblogPE e CRB-4
Ex-Assessor Jurídico da Secretaria dos Esportes de Pernambuco.
[1] “ESCOLHA UM TRABALHO QUE VOCÊ AME E NÃO TERÁ DE TRABALHAR UM ÚNICO DIA DE SUA VIDA…” (Kung fu Tsé / Confúcio)