Vês? A palmeira entende a voz do vento
Ritmando o requebro de seus ramos,
Se ele canta em surdina, os gaturamos
Repetem para ela em canto lento –
Agora se acelera o movimento…
Há qualquer coisa que não divisamos,
E só por intuição, adivinhamos
Quais os motivos do aceleramento –
Antes, um agitar de asas mansas
Pareceu – De repente, as verdes franças
Se emaranham num louco frenesi –
Faz a gente pensar, sinceramente,
Que o vento é brasileiro e, certamente,
Solfeja, vez por outra, o Guarany.
1971
(Entre o céu e a Terra – Corina de Holanda – 1972 – pág. 59).