As mães não desistem!” por Valdenice José Raimundo

As mães têm sido retratadas em poemas, músicas, filmes. Têm sido referências nos programas e políticas sociais que atendem às famílias.  Tenho ouvido muitas histórias de como cuidam de seus filhos, de como são dedicadas nessa tarefa de educar, orientar e amá-los.  É válido salientar que, neste momento, me reporto àquelas mulheres que se entendem nesse papel.

Foi com uma dessas mães que tive o privilégio de dialogar, no domingo dia 22/02 e, o melhor, é que constatei que ela faz parte de um número significativo de mães que não desistem de seus filhos/as.

O referido domingo foi aniversário da Associação Maria Amélia-AMA. É uma comunidade terapêutica que contribui para que jovens que desejam sair das drogas alcancem esse objetivo. Apesar dos seus 8 anos de fundação ainda não é  muito conhecida em Vitória.

Nesse encontro, uma mãe foi partilhar a experiência dela de apoio ao filho que está há 3 anos sem usar drogas, objetivando animar as mães que estavam com filhos no tratamento. Mas o que dialogou com meu interior foi quando ela disse: “ Eu nunca desisti do meu filho”.

Historicamente as mulheres-mães têm assumido uma carga de afazeres que não podem partilhar, muitas vezes, nem com o marido. Foram ensinadas que cuidar dos filhos é tarefa da mulher e por conta dessa construção, muitos pais se ausentam do processo.

Apesar das diversas situações adversas: parcos recursos, ausência do marido, desobediência dos filhos, elas persistem! É graças a mulheres como essas,  que jovens têm experimentado  superações quanto ao uso de substâncias entorpecentes.

A postura das mães vai de encontro ao discurso falacioso de que “uma vez que entra nas drogas, não tem mais saída”. Elas mostram que com paciência, perseverança e, sobretudo, amor, as histórias de seus filhos têm sido reescritas.

Estamos tão habituados a ouvir histórias inconclusas, ou seja, de jovens que estão sempre recaindo, que nos enche de alegria saber que existem diversas histórias de jovens que tomados por muita força e fortalecidos pelo amor perseverante das suas mães, fazem superação.

É bem verdade que não cabe exclusivamente às mães esta tarefa. É importante que todos os membros da família apoiem aquele que quer se dar uma nova oportunidade, agora sem as drogas. A família é imprescindível nesse processo!

Parabéns a AMA!!!

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Valdenice José Raimundo
Doutora em Serviço Social
Docente na Universidade Católica de Pernambuco
Líder do Grupo de Estudos  em Raça, Gênero e Políticas Públicas – UNICAP
Coordenadora do Projeto Vidas Inteligentes sem Drogas e Álcool – VIDA.
Endereço para acessar este CV:

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