“Matar para se acalmar” é o resumo da confissão do truculento carniceiro da Baixada Fluminense.
Saílson José das Graças, de 26 anos, é um cidadão nervoso, cujo medicamento é matar. Não consegue ser feliz sem matar, entra em pânico, ficava deprimido, capaz de morrer, se não matar.
O último remédio para o seu desespero, foi uma senhora de 64 anos, chamada Fátima Miranda, abatida a golpes de faca, em Nova Iguaçu, o que o deixou tranquilo e contente.
Nem o Conde Drácula matava para se distrair, posto que chupava sangue para manter-se vivo, preservar o frescor da juventude. O Vampiro de Bram Stoker, de 1897, fincava seus caninos na jugular ou na carótida de suas vítimas com um certo romantismo, uma certa elegância.
Achando-se meio louco e, às vezes, considerando-se bom do juízo,Saílson não vai a médico nem toma ansiolítico, porque não resolve. Tipo assim: ou mata, ou morre de tristeza.
Saílson não sabe desde quando sofre desta miséria d’alma, mas começou a se distrair, esganando a maioria de suas vítimas, aos 17 anos de idade. Diz que ficou traumatizado, aos 11 anos, com a morte do seu pai, eletrocutado na empresa onde trabalhava. Quer dizer,Saílson José das Graças chega à chocante conclusão de que matou 43 pessoas, porque seu pai morreu de um choque. Quanta desgraça!
Perguntado se tinha previsão de se recuperar, o bárbaro refletiu e advertiu: “Acho que é um vício. Quando for solto, voltarei a matar.”
Aproveitando o ensejo, bem que se poderia experimentar a Prisão Perpétua em cima da autocondenação deste condenado.
Saílson é bom de memória e só fala a verdade, confessando haver matado 38 mulheres, 4 homens e 1 criança, contabilizando 43infelizes, não adiantando querer lhe imputar mais do que isto.
Ultimamente, Saílson também assassinava, engolindo corda de dona Cleusa Balbina e seu José Messias, que apontavam os sentenciados e o contratavam, oferecendo-lhe, em troca, casa e comida.
Apesar do prazer quase orgástico em apertar pescoço de mulher,Saílson confessa não ter estuprado suas vítimas, revelando, com sinceridade, um certo fastio sexual.
Impõe-se, porém, uma indagação: a quantas anda a Segurança Pública de nossa nação? Saílson não é um “serial killer” tão rocambolesco, tão fantasmagórico, que não pudesse ser visto, ao longo de 9 anos, tripudiando sobre suas vítimas, encarapitado numa bicicleta, pelas vielas da Baixada Fluminense.
Assombroso abraço.
Sosígenes Bittencourt
No Brasil, não são os corpos que estão armados, as almas estão armadas. Por isso, mata-se de tudo, até de raiva. E a raiz da violência está no desgoverno, o país está desgovernado. Enquanto o povo canta bilu-bilu e outras fuleiragens musicais, o carniceiro Saílson José das Graças vai enforcando mulheres. Seria um bom momento para experimentar a Prisão Perpétua, já que o nosso Drácula de estimação prometeu voltar a matar.
Volta e meia, um juiz solta este monstro no intuito de desafogar penitenciária, e ele volta a se divertir, esganando mulheres indefesas.