A fotografia da Ponte de Gaiola lembra-me a Vila dos Ferroviários e o arruado de Dr. Alvinho. Arruado, aqui, não é “à beira da estrada”, mas “à margem do Rio Tapacurá”. Das enchentes, dos porcos, das galinhas e vira-latas. Da pobreza, dos panos estendidos no arame e das meninas bonitinhas, cheirosinhas a Seiva de Alfazema. Das moçoilas semivirgens debruçadas nas janelinhas de vaso com flor.
Quando menino, eu tinha medo de cair desta ponte; hoje, eu tenho medo de que me empurrem da ponte. Saudade de um tempo de paz.
Sou do tempo que havia tempo de acompanhar a réstia do sol e contar estrelas.
Sou do tempo que o coral dos grilos executava a sonoplastia das estrelas.
Sosígenes Bittencourt