Curiosidades Musicais: EDULOBO

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Eduardo de Góes Lobo (Edu Lobo), nasceu no Rio de Janeiro, 29 de Agosto de 1943. Filho do compositor Fernando Lobo e Maria do Carmo Lobo.

Iniciou sua carreira nos anos 60.

Edu sonhava em ser jogador de futebol.

– Eu jogava muito futebol, chegava a pensar em ser jogador profissional. Houve e há muitos Edus no futebol brasileiro. No Palmeira, no Santos, no América. Também no time da Rua Barrão de Ipanema havia Edu. Nascido em 29 de agosto de 1943. Corria pensando crescer Edu do Flamengo, do Vasco, ou até mesmo do Madureira, quem sabe. Talvez o Edu do Santa Cruz, do Náutico.

– O futuro em Pernambuco, já que o Rio “civilizava-se”, emparedando em cimento sua juventude. Quieto, bem comportado, Edu passava o ano letivo como bom aluno, fazendo por merecer as férias: quatro meses em Recife, na casa dos tios.

– Recife era um negocio completamente diferente, aqueles campos, aquelas frutas e as aventuras de moleque. Era mais fácil ser moleque no Recife que no Rio.

Edu estudou acordeão dos 8 aos 14 anos, em 1950 começou a tocar violão contra a vontade do pai, que associava o instrumento a boêmia. Mas Edu era um rapaz ajuizado e tocava muito bem violão. Uma vez tomada a decisão, seu pai Fernando Lobo, muito bem relacionado no mundo artístico, passou a levar Edu para show e outras apresentações. Aos 19 anos, ele grava na Copacabana seu primeiro disco, um compacto duplo. Edu se lembra de três das músicas: Balancinho, Sofri Amor e Amor de Ilusão. Mas o rapaz não se dedicava aos sambas-canções, sua geração estava comprometida com um movimento musical, a Bossa Nova, de cujas reuniões e festas Edu era assíduo frequentador. Das conversas nos intervalos musicais veio um contrato com Vinicius de Moraes, que colocou letra em sua primeira música em 1962 (Só me fez bem).

Em 1969, Edu casou-se com a musicista Wanda Sá, com quem teve três filhos: Mariana, Bernardo e Isabel. Separou-se dela 13 anos depois em 1982.

O disco Meia-Noite recebeu o prêmio Sharp de melhor disco de música popular brasileira do ano de 1995. O disco Cambaio, gravado com Chico Buarque, recebeu o Grammy Latino de melhor álbum de MPB em 2002.

Em 2004, Edu teve hemorragia intracraniana em decorrência de um aneurisma cerebral e precisou ser operado às pressas, mas a operação foi bem sucedida e recuperou-se rápido.

Autor de várias composições como: Ponteio, Upa Neguinho, Arrastão, O Circo Místico, Choro Bandido, Pra dizer Adeus, Aleluia, Lero Lero e entre outras.

Arrastão (Edu Lobo e Vinicius de Moraes, em 1965. Foi organizado em São Paulo o I Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Excelsior. Edu venceu com Arrastão, defendida pela então novata Elis Regina. Pouco depois foi lançada a gravação ao vivo em disco e um registro feito meses antes pelo próprio Edu ( LP Elenco ME-19). A promoção criada pelo festival consagrou Edu Lobo e lançou Elis Regina como uma das mais expressivas interpretes da MPB.

Ponteio (Edu Lobo e Capinam), com Edu Lobo e Marília Medalha. Foi a música vencedora do III Festival realizado pela Record em São Paulo em 1967. A composição recebeu inúmeras críticas, pois não era um verdadeiro Ponteio. Edu e Capinam misturaram elementos de galope e sururu, fazendo uma elaboração de música nordestina e do sudeste brasileiro.

Upa, Neguinho (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieiri), com eles Regina. Do compacto simples, gravado em 20 de maio de 1966. Uma das músicas incluídas em Arena conta Zumbi, peça de Guarnieri e Edu, apresentam em 1965 no teatro de arena de São Paulo. Interpretada na peça por Marília Medalha, foi levada a disco por Elis Regina, já considerada na época uma das grandes cantoras nacionais.

No cordão da saideira (Edu Lobo), com MPB4. Composição incluída no LP de estreia do conjunto MPB4, No cordão da saideira foi uma das experiências de Edu com a música pernambucana (aliás, parte de sua formação cultural). A composição não alcançou o êxito de outras criações de Edu, mas revelou a capacidade interpretativa dos integrantes do MPB4. Além disso, numa época em que ritmos nordestinos estavam esquecidos, relembrou ao sul a beleza e o calor de um frevo.

Upa, Neguinho (Elis Regina)

Upa neguinho na estrada
Upa pra lá e pra cá
Vigi que coisa mais linda
Upa neguinho começando a andar
Upa neguinho na estrada
Upa pra lá e pra cá
Vigi que coisa mais linda
Upa neguinho começando a andar
Começando a andar, começando a andar
E já começa a apanhar

Cresce neguinho me abraça
Cresce me ensina a cantar
Eu vim de tanta desgraça mas muito eu te posso ensinar

Capoeira, posso ensinar
Ziquizira, posso tirar
Valentia, posso emprestar
Liberdade só posso esperar

leo

 

Leo dos Monges

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