MOMENTO CULTURAL: A TARDE PERMANECE EM MIM – por Adjane Dutra

Adjane Dutra

A Tarde permanece em mim, este riso que não tem riso.
Este grito que soa bem no íntimo, o grito que aos
poucos me leva a pureza. As folhas caem: tão verdes,
tão mansas, tão leves. As folhas verdes que levam as
entranhas de um verde puro.
Ao longe está um rio que leva suas águas na turbulência
De uma e simplesmente uma corrente de turbulação.
É o vento que sopra, para Norte e para Sul, sempre em
paralelo.
É a constância em que o homem pára por momentos em
apoio com o seu “ser”, raciocínio lento que só a simples vida
de quem realmente vê com clareza a simples vida.
É ver um equino, suíno, a ingerir essa tão cristalina
água. É o poente do sol, as águas do mar, o verde, amarelo, o azul a clarear.
Esta sim é a tarde de prodígios em que o homem inquietante
de amor, ou de dor, leva sua constância, ou inconstância,
aos passos de exatidão ou não, a tarde permanece em mim.

Adjane Dutra

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