Presente de grego

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No carnaval do Brasil, três estados se destacam: Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Entre eles o nosso Leão do Norte é quem promove a festa com maior participação popular. O Governo de Pernambuco, nos últimos anos vem investindo no carnaval em todas regiões do estado através de Polos de Animação .

Com essas ações o Governo do Estado, segundo informações oficiais, entre outras coisas,  tenta “fortalecer as ricas tradições carnavalescas, como os caretas de Triunfo, os Papangus de Bezerros, os Caiporas de Pesqueira, as manifestações de povos tradicionais em Águas Belas, o Frevo e o Maracatu”.

Muito bem, não é minha pretensão dizer que a estrutura governamental, voltada à folia de Momo em nosso estado esteja errada. Os palcos com atrações nacionais e estaduais espalhados  pelas cidades da Região Metropolitana e do interior é um bom incentivo e vem cumprindo um papel importante no fortalecimento da festa.

Gostaria apenas de dizer que, particularmente para nossa cidade, Vitória de Santo Antão, o Governo do estado deveria ser mais racional nos seus investimentos, isso porque, nós temos cultura própria.

No carnaval secular da Vitória, construído na força das agremiações, onde o povo sempre  brincou o Tríduo Momesco, “correndo” atrás dos seus clubes, troças e blocos de coração,  muitas vezes oxigenados por uma disputa “sadia” para ver quem fazia mais e melhor, tendo inclusive, os dirigentes como regra, “usar” seu prestígio pessoal para angariar recursos junto ao comércio local e, em alguns casos, “meter’ a mão no próprio bolso para fazer a festa e não “passar” em baixo, precisa ser melhor avaliada.

Em cidades como Surubim e Jaboatão dos Guararapes, onde não existe tradição carnavalesca com a mesma “estatura” da cidade da Vitória, os palcos do Governo do Estado  devem cumprir um papel importante.

Apenas para ilustrar o que estou dizendo, quem não lembra do lamentável acontecimento   ocorrido, há dois anos, onde o cantor Alceu Valença “bateu boca” com o artista vitoriense Pierre em pleno “quartel general do Frevo” no desfile da Girafa que diga-se de passagem,  tem mais de meio século de tradição na cidade passando inclusive pelo mesmo lugar.

Pois bem, nesse carnaval por exemplo, vários diretores de agremiações reclamaram que quando estavam desfilando pelo circuito oficial do carnaval as bandas que estavam se apresentando no palco ignoravam nossa tradição e continuavam tocando suas músicas como se nada estivesse acontecendo.

Na terça-feira de carnaval, por exemplo, nossas lentes flagraram a orquestra do Clube Vassouras O CAMELO sendo humilhada pela banda que estava se apresentando no palco e tendo que levantar os seus instrumentos em sinal de protesto.

Portanto, acho que ao invés do Governo do Estado investir esse dinheirão com atrações, muitas vezes alienígenas ao nosso carnaval, como  foi o caso do sábado de Zé Pereira Adilson Ramos cantando “leda, leda a a natureza”, deveria sim, racionalizar e investir no incentivo das nossas tradições, como alegorias, fantasias e orquestra de frevo. Assista:

Sendo assim, acho que os condutores do carnaval da nossa cidade, prefeito, secretários e deputados deveriam “bater” na mesa do Governador Eduardo Campos e dizer-lhe que  esse modelo de investimento GENÉRICO não é importante para o fortalecimento do nosso secular carnaval. O grande problema é que “nossas” autoridades só sabem falar “grosso” para professoras contratas e vendedores de macaxeira.

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