Ônibus e Rodoviária

Ônibus, para mim, é poesia. Ônibus da Borborema só me lembra namoro da década de 60, chiclete Ping-Pong, filme de caubói, disco de vinil, picolé de mangaba, as meninas do Colégio Municipal e a estreia da minissaia.

Rodoviária me inspira, me faz pensar no tempo e no destino. Atualmente, na era da pressa e do metrô, um assalariado não pode viajar em ônibus da Borborema para trabalhar, é um castigo sem remissão de pecado.

Rodoviária é patrimônio cultural, ônibus é relíquia, peça de museu, não tem mais nada a ver com luta pela sobrevivência.

Conservemos as rodoviárias e os ônibus para aulas de literatura, para matar a saudade dos que se aprontam para a derradeira viagem.

Sosígenes Bittencourt

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *