Condenação eleitoral

Não há dúvida de que muitos políticos foram condenados, nas urnas, pelo eleitor. O eleitor parece haver reconhecido o papel que tem a desempenhar. Na era da invasão de privacidade, do “sorria, você está sendo filmado”, do hacker, não dá para ficar na sombra sem ser percebido.

No tempo das Oligarquias, do Coronelismo, na era da caneta-tinteiro, a corrupção podia ficar debaixo do tapete ou na ameaça de morte. Hoje, com a derrubada das Ditaduras Teológicas, esfaceladas pela Rede Mundial de Computadores, não dá para fazer prestidigitação e ludibriar o povo. O povo pode ser oprimido e até derrotado pelos poderosos, mas não sem saber das trapaças autoritárias. É como se todos estivessem nus, com as intimidades de fora. Ora, se a Justiça não condena o político, porque está mancomunada com ele, só quem pode tirá-lo de circulação é o eleitor.

Sosígenes Bittencourt

2 pensou em “Condenação eleitoral

  1. Senhores,

    Concordo em parte com o colunista. A ação penal nº 470, que entra para a história, foi nominada e ficou conhecida como Processo do Mensalão, não foi o único, nem será o último a expor e dissecar casos de corrupção em nosso país; mas, é apenas a pontinha do iceberg. Não nos esqueçamos que a grande maioria de casos como esse, não são expostos e muito menos divulgados, ficam entre paredes e protegidos nos gabinetes…
    O processo do Mensalão também tem o apecto didático: os curruptores e corruptos terão agora mais e maiores cuidados, se cercarão de mais “segurança e proteção”, pois como alerta o colunista “Na era da invasão de privacidade, do “sorria, você está sendo filmado”, esses personagens tomarão mais cuidados.
    Mas, não me iludo; em breve tudo isso será passado… Novos casos, ainda que poucos em relação a tudo que já aconteceu, acontece e acontecerá, ocuparão ainda as mídias.
    Casos como o Fonte Cidam, Coroa-Brastel, 5 anos para o Sarney, reeleição e privatizações na era FHC, Lalau, PC Farias, os precatórios do EC, etc, já são passado. No entanto, já foram esquecidos pela esmagadora maioria dos incautos eleitores, não é mesmo?
    Quem nesse país tem memória, que lê, analisa e pensa, sofre e muito…
    Probre de nós, coitado do Brasil!

  2. Esperamos que todo dinheiro público desviado, todo erário surrupiado seja contabilizado, cobrado e investido na área social, sem o que nenhuma condenação surtirá o efeito desejado. Se, uma vez apontados à execração pública, os usufrutuários da corrupção não são subtraídos do ilícito, nada terá sido feito. O Brasil precisa cobrar impostos e aplicar na área social, prestando conta de toda operação fiscal, para coibir os desvios e desestimular a corrupção. Para isso, é preciso do homem a que se referia Ortega Y Gasset: O homem é a maior riqueza das nações.

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