“De que vale uma rede armada, com tantos sonhos perdidos”

O tema deste artigo não é novidade, todavia é pertinente.

Há anos venho assistindo uma debacle e deterioração da nossa cultura.

Esporadicamente surge uma peça teatral ou uma apresentação de um conjunto musical, talvez um desfile de modas, um seminário sobre liberdade de imprensa, uma exposição de artes plásticas, excursões temáticas, como as promovidas pelo Instituto Histórico etc. Estas e outras iniciativas pontuais partem de grupos ou de indivíduos interessados com o desenvolvimento ou manutenção da nossa cultura, mas infelizmente não há eco. Não surge ninguém de poder decisório para tentar reverter este quadro.

Por onde andam o “refogado” das sanfonas, o tilintar de nossos triângulos e o zabumbar surdo e oco de nossas zabumbas? O arrasta pé livre e espontâneo onde o cavaleiro arrochava sua amada, após umas talagadas de Pitú? Como ressuscitar e reviver esses amores e sonhos de adolescentes em que o coração batia e estufava o peito? O amor não tem idade. Por onde andam nossos sonhos?

Das duas, uma: sou idiota ou sou saudosista. Fico com a segunda, sou saudosista. Saudosista que quer reaver seus sonhos perdidos. Meu mundo, real ou ideável, cheio de belos sonhos, gira em torno da Vitória de Santo Antão meu universo.

Para os que nas ultimas décadas exercem ou melhor, manipulam o  poder na República das Tabocas, seja vermelho, amarelo,  azul ou mesmo verde, o que importam são as mobilizações que canalizam votos. Circo e mais circo. O grupo Calypso de Belém do Pará trouxe ontem (21), além das suas atraentes dançarinas, muito remelexo e gingado, mas pouca cultura para nossos padrões e tradição. Quanto nos custou esta e outras, outras e outras bandas? Que contribuições trarão para nossa cultura e nossa tradição?

Populares extravasam seu descontentamento com a organização dos nossos festejos juninos e comparam nossas iniciativas com as de outras cidades. Não perco tempo em analisar esta situação. Todavia, dói-me assistir levas e levas de vitorienses partirem para outras plagas em busca de momentos de lazer. Lazer que poderia ser ofertado e encontrado aqui.

O governo do Elias Lira no primeiro ano realizou um São João de dar inveja e provocar orgulho nos vitorienses. Aquele projeto era fantástico e maravilhoso. Por que não prosseguiu? Tivéssemos continuado, hoje estaríamos colhendo os primeiros frutos.

Façamos votos para que as coisas melhorem. Vamos armar, não só uma rede, mas dezenas, centenas e recuperarmos  nossos sonhos.

Pedro Ferrer

5 pensou em ““De que vale uma rede armada, com tantos sonhos perdidos”

  1. Ele não continuou o São João do primeiro governo para não se prejudicar diante da maioria da juventude que por uma mà criação de cultura não se interessam pelo valor da sanfona, tudo isso mostra o quanto é fragil este governo amarelo que se alastra na terra das tabocas, que não conseguem seguir com projetos e mudanças lógicas de melhoria para a vivência e cultura do nosso povo. Agora fico a perguntar-me, onde está Dominguinhos? Santana? Elba Ramalho? Irah Caldeira? Nadia Maia? Petrucio Amorim? Flávio José? Cristina Amaral? Jorge de Altinho? Maciel Melo? Alcymar Monteiro? E tantos outros que divulgam nossas tradiçoes de Brasil a fora, inclusive no exterior! Isto se chama FALTA DE RESPEITO, para com o povo, e para com os artistas que contam em rimas a história de nossos antepassados! Muito me adimira o Paulo Roberto se passar para um evento medilcre desse, onde o locutor ainda fez questão de dizer que a banda Calypson era uma grande banda da música popular brasileira, não gente, nesse momento Elis Regina pulou da cova e se sentiu a mulher mais ofendida do mundo, você tem noção o que é dizer que uma gasguita canta MPB? Olha a letra gente… Por isto que o Brasil culturalmente está indo daqui pra pior.

    • Como é gratificante depararmo-nos com pessoas que tem a cabeça no lugar, com bom senso crítico.
      Infelizmente o outro lado é igual. Estamos em um beco sem saída, mas não desanimaremos. Vamos armar nossa rede e embalar nossos sonhos.
      Luan, gostaríamos de vê-lo aparecer no Instituto Histórico, pois precisamos impulsionar a casa e melhorar sua aparenicia. Pedro Ferrer

  2. EU TIVE O DESPRAZER, NA MINHA VINDA PARA VITÓRIA, NO DIA 21/06 ÀS 22,00h – NA RETA DA ROD. ONDE ESTÁ LOCALIZADO A KIBON, ME DEPARAR COM O ONIBUS DO CALYPSON, FIQUEI ABORRRECIDO EM SABER QUE ESTA PORCARIA, ESTÁ MD, ESTE LIXÃO, QUE NÃO TEM NADA HAVER COM NOSSAS TRADIÇÕES, ESTAVA INDO SE APRESENTAR NA MINHA CIDADE.

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