Espalharam nas escolas, em Vitória de Santo Antão, que iriam matar os alunos. O primeiro alvo seria o Colégio Municipal 3 de Agosto. É possível que tenha sido obra de algum analfabeto funcional, revoltado com o seu boletim mensal. Aprendeu que, em escola, é proibido reprovar. Nos idos de antigamente, aluno traquinas ia de joelhos sobre grãos de milho, com a banca de estudo na cabeça.
Seja lá o que tenha havido, é um caso para perícia de Polícia Especializada. Os alunos já aprendem com dificuldade por causa da falta de concentração no mundo acelerado em que vivem, ainda mais paralisados de medo? É caso, seriíssimo, de Segurança Pública. O Impostômetro, em São Paulo, apontou, no mês passado, 500 bilhões de arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais. Cadê o dinheiro?
Em Vitória, ameaça de morte, bota todo mundo pra correr. O pior é que, quanto mais correm, mais correm risco de morte, correndo para Caiçara, Dois Terreiros, Maués, Alto da Balança, Primitivo de Miranda e o cabaré do final da Avenida Mariana Amália.
Sosígenes Bittencourt
Só o comentário do final da reportagem que foi infeliz, comparar esses bairros com o cabaré do final da avenida, foi de muita infelicidade. Esses lugares que o Sr. Citou são bairros humildes e de gente trabalhadora, nunca devia ser comparado a um cabaré. E só para registro moro não moro em nenhum desses bairros, sou morador do cajá, mais tenho vários amigos nesses bairros.
Eu moro no Cajá, há 30 anos, e o mesmo não é flor que se cheire. Todos os meus vizinhos já foram roubados em suas residências, e conto nos dedos os amigos assassinados. Lembro-me das ocorrências e o signo das vítimas. Quando havia festa no Clube dos Motoristas, ninguém dormia, não assistia à televisão nem conversava. Vivemos na base do cadeado e assustados com a queda de uma vassoura. Nunca disse que o Cajá era melhor do que os outros.
Quero saber qual o bairro de Vitória que não tem assalto e assassinato? Nem por isso é um cabaré.
Pelo contrário, todo bairro, hoje, tem cabaré, não É, mas TEM. Na zona de Baixo Meretrício, antigamente, ninguém transava pelas calçadas. Hoje, em todo lugar, transa ou imita o coito na vertical. A coisa não é SER, é TER, é só querer. Há duas semanas, quebrou um pau num buffet na cidade e não era cabaré. Quer dizer, transformaram-no num cabaré. A proprietária nada tem a ver com o episódio, mas aconteceu o que eu nunca vi no puteiro na década de 70.