Carnaval de Orquestra e de Trio

Todo ano, surge essa discussão. Obviamente que, se a invenção de Dodô e Osmar não houvesse se espalhado por outras regiões, não haveria essa celeuma entre os ritmos regionais. Mas, marketing é marketing. A mídia apoiou e a praga se disseminou. O que não aconteceu com o frevo pernambucano, que não se difundiu e, portanto, ficou um espetáculo doméstico, de nossas tradições e de nossas plagas. Evidentemente que, se o Trio pegou o universo adolescente, passou a fazer parte de sua história. Resta, apenas, preservar o Carnaval tradicional, com execução de nossas músicas, do ritmo mais genuinamente nacional – segundo Gilberto Freire – que é o “frevo”. Afinal, não devemos sepultar nossas tradições, nossa cultura, em nome de produtos importados. Vale ressaltar, no entanto, que essa convivência deve ser pacífica, não resvalar para aquele posicionamento radical e binário: ou isso, ou aquilo. O respeito deve imperar, em nome do humanismo. O radicalismo exacerbado é o prelúdio do fundamentalismo intolerante. E se o Carnaval de Trio passar – tenham certeza – surgirá coisa mais estranha aos admiradores dos velhos Carnavais, o Carnaval das orquestras de frevo. Sempre haverá esse choque, entre gerações, difícil de administrar, tendo como único caminho a tolerância e o diálogo. É como aquela velha polêmica: o que é melhor, The Fevers, ou Calcinha Preta? O que sabemos é que The Fevers parece ser eterno. Ainda hoje, toca. Não sabemos, evidentemente, se o forró eletrônico permanecerá, ao longo de tantas décadas, a tocar. O que promove certa reação é que a música está se traduzindo em ensurdecedores batuques, sem variantes, sem literatura, como se a arte estivesse em crise, ou o verdadeiro artista, aquele reconhecidamente inspirado, estivesse em extinção. Essa melancólica constatação merece especial abordagem, pois os sublimes valores do ser humano devem ser preservados, o que sempre odistinguirá dos demais seres vivos do planeta.

Sosígenes Bittencourt

4 pensou em “Carnaval de Orquestra e de Trio

  1. NÓS VITORIENSES DE RAIZES PERNAMBUCANAS DEVEMOS SIM, SIM, SIM, COMBATER A SUPREMACIA DA MÍDIA, FAZER ENTENDER AS NOSSAS DECENDENCIAS O VALOR DA NOSSA MAIOR FORÇA E IDENTIDADE QUE É A NOSSA CULTURA; EXALTAR E FAZER VALER, TOCANDO ANUALMENTE AS MÚSICAS DOS COMPOSITORES E INTERPRETES DO PASSADO QUE COM ESTUDOS E INSPIRAÇÃO CRIARAM AS CLÁSSICAS LETRAS E MÚSICA CARNAVALESCA PERNAMBUCANAS; FAZER A GERAÇÃO DE HOJE VALORIZAR O BELO, O CLÁSSICO; CONTINUO E REPETIREI 1000.000 VEZES NESTE BLOG : “PRIORIDADE SEMPRE AS NOSSAS TRADIÇÕES”; BOICOTAR, SIM OS INVASORES QUE QUEREM ASFIXIAR AS NOSSAS PRECIOSIDADES, NÃO FREQUENTAR AS TROÇAS E BLOCOS QUE NÃO TEM NADA HAVER COM NOSSOS COSTUMES .

    • VOCE NÃO IMAGINA SOSIGENES AO VOCE RELATAR ESTE CASO DESTA SENHORA COMO ME DEPRIME;
      TODOS NÓS DEVEMOS SAIR EM COMBATE CONSCIENTIZAR O NOSSO POVO AO BOICOTE, EXPULSAR ESTAS PORCARIAS QUE NEM DEVE CHAMADO DE MÚSICA: HONRAR NOSSA CULTURA.

  2. Concordo com vocês em número e grau. Fui um dos músicos destas orquestras que animavam e davam audiência na impressa televisada de pernambuco quando falavam do melhor carnaval do interior de Pernambuco e hoje este melhor carnaval ficou reduzido apenas a um mini carnaval baiano com letras de músicas sem sentido e apelativa, creio que o destino deste carnaval será cada vez mais cheio de lixo musical. Enquanto nossa cultura, nossa tradição ficará esquecida por todos e marginalizada pela mídia do estado.

    Tony Fernandes

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