Corremos desembestados pela rua tentando se livrar do pegador. Como ele era rápido demais, a estratégia era procurar algum lugar que servisse como esconderijo. Dois deles, coitados, já haviam virado estátua, quando de uma hora pra outra alguém veio com a brilhante idéia: Vamos lá pra baixo, pro pé de jambo? Descemos correndo até o terreiro. Enquanto uns tentavam subir na árvore, eu preferia ficar sentado na sombra enquanto mastigava algumas daquelas deliciosas folhas, que caiam com o alvoroço dos meninos pendurados lá em cima. Ouvia a pancada dos frutos no chão dos cabelos roxos, deixando aquele cheiro de jambo pairando no ar. Adorava jambo. Ainda assim, preferia mastigar as folhas.
Arquiles Petrus – Escritor membro da
Academia Vitoriense de Letras
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