Capitão Pedro da Silva Pedroso – @historia_em_retalhos.

Este é o capitão Pedro da Silva Pedroso, uma das figuras mais fascinantes e, ao mesmo tempo, controversas da galeria de personagens históricos pernambucanos.

Revolucionário de 1817, Pedroso estava ao lado do capitão José de Barros Lima, o Leão Coroado, quando este último aplicou o golpe de espada que atravessou o brigadeiro português Barbosa de Castro, em 6 de março de 1817, cabendo a Pedro o gesto libertário de empunhar a espada ensanguentada e assumir o comando do Regimento de Artilharia do Recife.

O “Pardo do Recife”, como ele gostava de ser chamado, era um sujeito sagaz, corajoso e muito envolvente, tornando-se amado e respeitado pelo povo, principalmente, por aqueles por quem mais lutava: a população preta.

Um traço, porém, lhe era muito próprio: o radicalismo.

Pedroso era conhecido por suas ações intempestivas, no mesmo espírito dos radicais da Revolução Francesa, o que o levou a ser também chamado de o “Robespierre Pernambucano”, pelos arbitrários fuzilamentos que ordenou contra opositores e pelas ameaças contra membros do próprio governo provisório que integrava.

Foi ele quem conseguiu que o governo provisório de 1817 praticasse o primeiro ato abolicionista no Brasil, concedendo alforria aos escravos que se alistassem no exército, sendo ele próprio quem, pessoalmente, treinou a primeira tropa de escravos libertos.

A Revolução Republicana de 1817 vigorou por 75 dias, defendendo liberdade de expressão, de imprensa e de credo, mas, embora aberta à igualdade racial, não era claramente contrária à escravidão.

Com a derrota do movimento, Pedro foi preso e enviado para a Bahia, sentindo a discriminação dentro da prisão por seus próprios companheiros revolucionários: os negros eram os primeiros a apanhar e os últimos a comer.

Isso fez nascer na maior liderança negra de 1817 uma revolta: para ele, certos estavam os negros do Haiti, que, em 1804, mataram ou expulsaram todos os brancos do país.

Em 1821, a Corôa anistiou os presos, mas, mais uma vez, a segregação: Pedro Pedroso foi o único a não ser solto.

Foi enviado para Portugal, recebendo perdão e voltando a Pernambuco em 1822.

Durante o governo da chamada Junta dos Matutos, não mais suportando o imenso desprezo aos negros e inspirado na Revolução do Haiti, Pedroso convocou a população preta e parda para reagir e tomou a cidade do Recife com atentados, prisões e ameaças de fuzilamentos.
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Tal insurreição aconteceu em 21 de fevereiro de 1823, há exatos 201 anos, sendo conhecida como a “Pedrosada”, um motim que desejava implantar um governo negro em Pernambuco.
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A multidão associava Pedro à figura de Cristovam, um ex-escravizado que comandou tropas revolucionárias, tornou-se general e chegou ao poder, em 1811, no Haiti.
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Novamente preso, desta vez, foi remetido à capital do Império, sendo libertado após submeter-se a D. Pedro I.
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Por sua liderança junto ao povo negro, o monarca o viu como uma peça útil para lutar contra a Confederação do Equador, recém eclodida em Pernambuco, oferecendo-lhe anistia.
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O Pardo do Recife, acreditando em dias melhores, decidiu virar de lado e lutar a favor da monarquia, ajudando a abafar a Confederação de 1824, comandada por seus antigos correligionários.
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Goste-se ou não do nosso Robespierre, uma coisa, porém, não há como negar-lhe: a sua Pedrosada levantou a ideia do republicanismo que integrava os negros à República, provando que o sistema escravocrata era uma perversa circunstância histórica.
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A Pedrosada durou oito dias (21 a 28 de fevereiro).
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Capitão Pedro Pedroso morreu de velhice no Rio de Janeiro.
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2 pensou em “Capitão Pedro da Silva Pedroso – @historia_em_retalhos.

  1. Lembro aos incautos racistas que denigrem a imagem do homem branco tanto do passado quanto a de hoje que, o HAITI, fundado por negros, liderado por negros, é uma republiqueta de bananas podres; a grande maioria das nações negras africanas são um caos social, politico e religioso…
    O racismo teve seu espaço no tempo, inclusive a maioria esmagadora dos negros trazidos da África forma vendidos pelos próprios negros que os escravizavam lá… é só ler a historia….
    Quem escreveu o texto só esqueceu de se lembrar que as nações mia prosperas do mundo são monárquicas…
    O lacrador que pegou uma figura histórica como referencia (parece que era da cozinha do homem) na verdade tenta convencer os homens de hoje, que os homens do passado ada de bom produziram para a humanidade…
    Se brinca a criança que escreveu o texto acima é contra a escravidão dos negros, mas defende o assassinato (aborto) de crianças..
    Essa tal da federal transforma cérebros em merda, viu…

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