Conceição, Iemanjá e o Recife – @historia_em_retalhos.

Apesar de não ser a padroeira oficial do Recife, a virgem do Morro da Conceição é a santa mais popular da cidade.

Como dizem, é a “padroeira afetiva” da capital.

O que justifica tamanha identificação?

Essa relação de intimidade do recifense com a santa, para além da devoção e da fé, tem razões históricas.

Confeccionada na França, a imagem da Conceição chegou ao morro no ano de 1904, em alusão ao fato de que, 50 anos antes, em 1854, o Papa Pio IX fincou como verdade a crença de que Maria, mãe de Jesus, foi concebida livre e preservada do pecado, daí surgindo a expressão “conceição”, ato ou efeito de conceber, gerar, “concepção”.

Esse é o motivo pelo qual a data é comemorada justamente no dia 08 de dezembro, vale dizer, a data da concepção de Maria, que nasceu nove meses depois, em 08 de setembro.

A chegada da imagem bem no epicentro de Casa Amarela, o bairro mais populoso do Recife, repercutiu: ao redor dela, o povo mais carente foi morar, passando a ser, desde então, um ponto de peregrinação.

Muitos desconsideram, mas o dia 08 de dezembro também é um dia importante para as religiões de matriz africana: dia de Iemanjá, divindade das águas, da fertilidade e da maternidade.

Quando cultuar orixás era algo proibido, os afro-brasileiros eram obrigados a fazer as suas celebrações utilizando as imagens dos santos católicos, estando Iemanjá associada à virgem da Conceição.

Ambas trajam azul e, juntas, são uma representação bonita do sincretismo religioso, da tolerância e do respeito entre as crenças.

Viva Conceição, viva Iemanjá, viva o Recife!.

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