Madrugada de 1.° de dezembro de 2019, bairro de Paraisópolis, São Paulo.
Jovens estavam reunidos no baile funk da DZ7, realizado na esquina da rua Ernest Renan com a rua Rodolf Lutze, quando a Polícia Militar entrou no evento para dispersá-los.
31 policiais participaram da operação.
Segundo a polícia, a ação foi em resposta a dois homens em uma moto que teriam atirado contra policiais e teriam tentado se esconder na festa, ocasionando o tumulto.
Usando bombas de gás lacrimogêneo, disparando tiros de bala de borracha, golpes de cassetetes e rajadas de gás de pimenta, a polícia encurralou uma parte da multidão (estimada em 5.000 pessoas) na Viela do Louro, palco da tragédia.
Sem terem como fugir, nove jovens, sendo quatro menores, desmaiaram e ali morreram.
Com uma entrada de 2,78m de largura e com uma saída bem mais estreita, de 1,71m, ainda havia, para agravar, um desnível em relação à entrada, onde estavam nove degraus.
Ou seja: as pessoas foram pressionadas para frente e para baixo, sem qualquer área de escape.
As vítimas, com idades entre 14 e 23 anos, já chegaram sem vida ao hospital.
A causa da morte de oito jovens foi asfixia (quando os pulmões não conseguem realizar os movimentos de expansão e retração necessários à respiração).
Um aspecto que chama muito a atenção: entre a chegada da PM no baile e o fim da operação, o rádio dos policiais ficou em silêncio por 21 minutos, tendo sido exatamente neste intervalo o cerco ao quarteirão.
O MP/SP denunciou 12 policiais por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de produzir o resultado.
Hoje, 25 de julho de 2023, três anos e sete meses após o fato, vai acontecer a primeira audiência do caso, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.
Desejamos muita força aos parentes dessas vítimas, em especial à nossa seguidora Maria Cristina Quirino @cristinaportugalddds, mãe de Denys Henrique, uma das vítimas fatais, que perdeu a vida aos 16 anos.
Desejamos, também, muita lucidez e serenidade aos atores que conduzirão o processo, para que a verdade seja esclarecida e a justiça seja feita.
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