A Passeata dos Cem Mil – por @historia_em_retalhos.

Há exatos 55 anos, em 26 de junho de 1968, acontecia, no Rio de Janeiro/RJ, a Passeata dos Cem Mil, uma das mais expressivas manifestações populares da história republicana brasileira.

Com a deflagração do golpe militar de 1964, prisões e arbitrariedades eram as marcas da ação do governo instalado pela força.

A repressão policial teve um dos seus pontos altos no final de março de 1968, com a invasão do Restaurante Calabouço, onde os estudantes protestavam contra a elevação do preço das refeições.

Durante a invasão, o comandante da tropa da PM, aspirante Aloísio Raposo, matou o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, de 18 anos, com um tiro à queima roupa no peito.

O fato, que comoveu o país, acirrou os ânimos.

Diante da repercussão negativa do episódio e após uma sucessão de outros atos marcados por violência, prisões e mortes, o comando militar consentiu com a realização de uma manifestação estudantil, marcada para o dia 26 de junho.

Segundo o regime, dez mil policiais estariam prontos para entrar em ação, caso fosse necessário.

Além dos estudantes, artistas, intelectuais, políticos e outros segmentos da sociedade civil juntaram-se à passeata.

Ao passar em frente à igreja da Candelária, a marcha interrompeu o seu andamento para ouvir o discurso inflamado do líder estudantil Vladimir Palmeira (foto), que lembrou a morte de Edson Luís e cobrou o fim da ditadura militar.

Tendo à frente uma enorme faixa, com os dizeres: “Abaixo a Ditadura. O Povo no poder”, a passeata prosseguiu, durante três horas, encerrando-se em frente à Assembleia Legislativa, sem conflito com o aparato policial que acompanhou toda a manifestação popular.

Lamentavelmente, nenhuma das reivindicações dos manifestantes foi atendida.

Ao revés, à medida em que cresciam os atos públicos contra a ditadura, também crescia a ação repressiva do governo militar, em todo o território nacional.

O ápice desse processo deu-se em 13 de dezembro daquele ano, quando foi promulgado o AI-5, marcando o início do período que ficou conhecido como “Anos de chumbo” da ditadura militar brasileira.

#ditaduranuncamais
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