Título de Cidadão Vitoriense: discurso oficial do Monsenhor Maurício Diniz.

Queridos  vitorienses!

Neste momento três sentimentos me vêm ao coração: dúvida, certeza e gratidão.

Dúvida. Será se sou digno desta honra que me é conferida? Se o for, mais honrada é a instituição que me honra: A Câmara de Vereadores,  Casa Diogo de Braga, que a pedido do ilustre vereador Dr. Saulo Barros de Albuquerque  que me concede o título de Cidadão Vitoriense.   São Tomás de Aquino, na Suma Teológica afirma  que  a honra se encontra mais no sujeito que confere a honra do que no honrado, pois o que presta a honra é quem é o virtuoso. O honrado participa desta virtude e recebe do que presta a honra um sinal nesta participação.

Certeza. Tenho amigos nesta cidade.  Segundo o grande filósofo, Aristóteles, uma tal amizade tem que se basear em uma certa semelhança, que exige um conhecimento mútuo, que não pode ocorrer senão quando tiverem “provado o sal juntos”. E este provar juntos é uma reciprocidade de parceria: Porque a amizade é uma parceria, e tal é um homem para si mesmo, tal é para seu amigo. As ações que  aqui foram elencadas, quando estive nesta querida cidade, são frutos de um esforço conjunto para servir o povo vitoriense, principalmente, nas pessoas mais vulneráveis, que o digam os moradores das comunidades de Dr. Alvinho e Primitivo de Miranda. A cidadania exige participação na sociedade e a dimensão mais bela da cidadania é a caridade. Cidadania é participação livre e solidária e ninguém é cidadão sozinho ou apenas para si.  Todo cidadão é responsável, pela justiça, liberdade e  verdade. Por isso  uma Paróquia não vive isolada na sua liturgia, mas dialoga, interage e colabora com todas instâncias da vida socio-cultural do entorno.

Gratidão.  O grande orador romano, Cícero, diz “ nenhum dever é mais importante que a gratidão. Na maior parte das outras línguas neo-latinas se agradece no nível intermediário. Ao falar “merci” em francês, “gracias” em espanhol ou “grazie” em italiano, estamos dando uma graça por aquilo que recebemos e, neste sentido, estamos sendo gratos.

Já a formulação portuguesa “obrigado” é a única que expressa o nível mais profundo de gratidão. Quando agradecemos, queremos dizer “fico obrigado perante vós”, então estamos nos vinculando, nos comprometendo a retribuir um favor. Percebemos aqui a singularidade e a beleza do agradecimento de nossa língua. Recordo-me de que o próprio Jesus Cristo, quando um dos dez leprosos curados veio até ele para agradecer-lhe o dom recebido, reclamou: “Apenas este estrangeiro voltou! E os outros nove, onde estão ? ” . E é neste espírito de  gratidão, que repito o hino de Nossa Senhora no Magnificat: “A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador”.

Portanto, obrigado ao querido Povo Vitoriense, obrigado a todos vocês que se fizeram presentes a esta solenidade honorífica, obrigado  à Câmara Municipal, obrigado ao ilustre vereador e amigo, Dr. Saulo Barros de Albuquerque e aos demais vereadores, obrigado  ao Executivo e ao Judiciário, aos poderes militares e civis, à Paróquia de Santo Antão ao Vicariato Vitória e ao Instituto Histórico de Vitória-PE. Esta cidade é acolhedora, fraterna e hospitaleira, que Deus a conserve sempre assim.  Fiquemos  com a graça divina, a proteção de  Nossa Senhora da Vitória e a intercessão de Santo Antão Abade para continuarmos a missão de Jesus, que é anunciar o Reino de Deus e promover seu amor no mundo.

Mons. Mauricio Diniz

Vigário Episcopal de Olinda

Pároco da Paróquia São Pedro Mártir de Verona

 

 

                                           

               

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