O que significa essa expressão utilizada para indagar à mulher se ela está menstruada?
Na verdade, a frase não se refere a nenhum Francisco.
Em Portugal, “Chico” é sinônimo de “porco” (motivo pelo qual temos em nosso vocabulário a palavra “chiqueiro”).
Ou seja, trata-se de uma forma infeliz e pejorativa de associar a menstruação à sujeira.
Em pleno século 21, ainda são muitas as crenças e ideias equivocadas sobre o assunto, que é cercado por preconceito e desconhecimento.
Na Índia, por exemplo, algumas pessoas acreditam que as mulheres menstruadas ficam amaldiçoadas durante esse período, o que as impede de entrar na cozinha (sob o risco de contaminar os alimentos), dormir na própria cama, sentar-se à mesa com a família e sair de casa.
Em nosso país, o triste preconceito é agravado por um fenômeno social terrível: a pobreza menstrual.
Jornal, pedaços de pano ou papel, folhas de árvores, plástico, miolo de pão, etc. são usados de forma improvisada no lugar de um absorvente para conter o fluxo menstrual.
Dados da ONU apontam que, no mundo, uma em cada dez meninas falta às aulas durante o período menstrual.
No Brasil, esse número é ainda maior: uma entre quatro estudantes já deixou de ir à escola por não ter absorventes.
Com isso, perdem, em média, até 45 dias de aula, por ano letivo, como revela o levantamento “Impacto da Pobreza Menstrual no Brasil” (Fonte: Agência Senado).
Combater o flagelo da pobreza menstrual está na ordem do dia.
Do contrário, é como consentirmos que o ato natural de menstruar torne-se mais um fator de exclusão e desigualdade entre os gêneros.
28 de maio é o Dia Internacional da Dignidade Menstrual.
Um domingo de paz a todos.
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