O gigante e a Restauração – por @historia_em_retalhos.

Finalmente, por que o maior e principal hospital de Pernambuco chama-se “Hospital da Restauração”?

Eu vou te explicar!

Em verdade, havia um clima de insatisfação generalizada com as condições precárias do antigo Pronto Socorro do Recife, que funcionava na Rua Fernandes Vieira.

A necessidade de um novo equipamento era urgente.

Assim, em 1952, o então governador Agamenon Magalhães baixou dois decretos: um para a desapropriação de imóveis no bairro da Baixa Verde (atual Derby), em uma área de 21.400m², e outro para custear as despesas do novo hospital.

Apenas um mês depois, Agamenon faleceu e o processo percorreu um longo e tortuoso caminho, até 1965, quando o governador Paulo Guerra lançou a primeira pá de argamassa na obra, dando execução ao projeto do renomado arquiteto Acácio Gil Borsoi.

Mas… e o nome? Qual a razão?

Nessa época, viviam-se as comemorações pela passagem do tricentenário da expulsão dos holandeses do Brasil (1654).

Para esse fim, PE recebera da União a cifra de 20 milhões de cruzeiros.

Convicto de que um novo hospital era algo bem mais importante para a população, Aníbal Fernandes publicou um artigo no Diário de PE, em 18.08.1953, propondo que esse valor não fosse gasto apenas com festividades, mas revertido para o novo equipamento.

E ainda teve a sábia ideia de sugerir que o novo nosocômio fosse chamado “Hospital da Restauração”, em alusão à forma pela qual também é conhecido o processo de expulsão dos holandeses (além de “insurreição”).

Ou seja: a sua ideia destinava parte do dinheiro para a saúde e ainda mantinha viva a homenagem ao tricentenário da Restauração Pernambucana, de uma forma permanente, no nome do novo hospital.

Jogada de mestre, que foi acolhida!

5 milhões foram destinados para as obras e a nova denominação foi consolidada em 1971.

Convenhamos, foi uma saída bem melhor para o interesse coletivo.

Em Olinda, também há um hospital cuja denominação guarda a mesma motivação histórica: o Hospital do Tricentenário!

Sabias dessa?

Salve o gigante e a Restauração!

Fonte: COSTA, Veloso. Alguns aspectos históricos e médicos do Recife (1971).
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