O atentado do Guararapes – por historia_em_retalhos

Manhã do dia 25 de julho de 1966.

O Brasil vivia os primórdios do regime militar.

Era época de eleições indiretas, algo apenas formal e ritualístico, já que tudo era decidido pelo partido dos militares.

O Marechal Arthur da Costa e Silva era candidato à presidência e anunciara uma visita ao Recife para fazer campanha.

No saguão do Aeroporto dos Guararapes, muitas pessoas o aguardavam, no momento em que, de repente, uma mala foi percebida abandonada no local.

O guarda civil Sebastião de Aquino seguia para entregá-la no balcão, quando, inesperadamente, dentro dela, uma bomba explodiu.

O clima de caos e confusão foi geral.

Aquino e outras 13 pessoas ficaram feridas. Já o jornalista Edson Régis e o vice-almirante Nelson Gomes morreram.

O que aconteceu naquele dia?

Três versões pairam no ar.

Segundo a versão oficial dos militares, tratou-se de um ato terrorista, que tinha como objetivo atingir Costa e Silva.

Em pouco tempo, a polícia apresentou dois acusados: Ricardo Zarattini e Edinaldo Miranda.

Ambos carregaram por toda a vida o estigma de terroristas, até que, em 2013, a Comissão Estadual da Verdade apresentou documentos do próprio regime, datados de 1970, que desmentem a versão oficial.

Uma segunda corrente atribui a autoria a militantes da Ação Popular (notadamente, a Raimundo Gonçalves e ao ex-padre Alípio de Freitas), que teriam agido por conta própria, sem autorização dos dirigentes.

Por fim, uma terceira linha sustenta que a versão oficial conflitava com o próprio inquérito militar que apurava o caso.

Historiadores afirmam que, em verdade, o crime foi planejado pelo governo para criar um clima de pânico na população, abrindo o caminho para o recrudescimento da ditadura e a criminalização da esquerda.

Fatos como esse preparariam o terreno para, dois anos mais tarde, nascer o AI-5.

Dois detalhes importantes:

– Costa e Silva não desembarcou no Guararapes, optando por vir de carro pela PB.

– no mesmo dia, duas outras bombas explodiram, sem vítimas, na sede da UEE e no SI dos EUA.

Cada um tire as suas próprias conclusões.

Até hoje, o episódio segue sem elucidação.
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