“Semprenunca fomos modernos” – por historia_em_retalhos.

Esta é a impactante tela “O açougueiro”, de Max Motta, em exposição na mostra “Semprenunca fomos modernos” (MEPE).

O quadro traz consigo um verso da canção “A Carne”, gravada por Elza Soares no seu álbum “Do Cóccix até o Pescoço”.

Com uma fortíssima denúncia social, a música inspirou Elza a procurar Seu Jorge, um dos autores da canção, para pedir autorização para gravá-la.

Seu Jorge, claro, deu o sinal verde.

Em sua biografia, disse a voz do milênio:

“‘A carne’ é forte, mas não tinha tido grande repercussão. Eu não achava que era música só para um grupo de pessoas ouvir. Era pra todo mundo abrir bem o ouvido e me escutar gritando que a carne mais barata do mercado era a carne negra.”

De forma metaforizada, tanto a tela, quanto a canção, expõem às vísceras o racismo e a violência enfrentados pelos negros neste país, desnudando o cruel processo histórico de apagamento e silenciamento.

“A carne mais barata do mercado é a carne negra
(…)
Que vai de graça pro presídio
E para debaixo do plástico
E vai de graça pro subemprego
E pros hospitais psiquíatricos”.

Parabéns, Max Motta.

A quem interessar, recomendo a visita à exposição no Museu do Estado de Pernambuco, até o dia 25 de setembro.
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