A turma do cachorro malhado marcou a história da nossa “Aldeia”.

Essa semana, nas redes sociais, ganhou corpo de volume avantajado a polêmica envolvendo alguns cachorros que “vivem” na Praça Padre Felix Barreto, localizada no bairro do Livramento e que foi, recentemente,  reconfigurada pela municipalidade.  Os mesmos (cães), na qualidade de “abandonados”,  são assistidos pela comunidade com destaque para a professora Salete  que, em vídeo,  frisou: “eles não estão sós”. 

Como dizia Mahatma Gandhi: “a grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados”. O conceito é antigo, mas, em nossa sociedade,  sobretudo na Vitória de Santo Antão, efetivamente, o envolvimento social nessa questão se configura em algo relativamente novo.

Não consigo lembrar –  nem muito menos já achei  nas páginas dos livros que contam a história dos nossos antepassados –  de algum movimento organizado no sentido da proteção “social” dos animais, ocorrido na nossa cidade. Aliás, por coincidência, foi justamente no espaço que hoje estão edificadas as Praças Padre Felix e 3 de Agosto que nossa cidade construiu uma história vinculada ao comercio de animais e até das antigas negociações – então permitidas por lei – do elemento escravo, mão de obra essencial  para “moer’ a economia da  nossa  primeira grande industria de transformação:  “engenho benguê”.

Nas últimas décadas, “soprada pela indústria pet”, a nossa sociedade avançou nessa questão. A legislação foi aprimorada e em alguns casos os “animais  abandonados” ganham mais visibilidade no contexto da caridade  e da solidariedade pelas pessoas  do que os próprios  indigentes semelhantes. Nem sempre a sociedade avança ou retrocede  de maneira homogênea. No mundo capitalista, quase sempre, as pessoas são incentivadas a pensar no “atacado” e não pelo “varejo”.

Na França – locomotiva pensante da banda ocidental do globo terrestres -, recentemente, uma Lei foi aprovada para não permitir que, entre outras coisas, a partir de janeiro de 2024,  cães e gatos sejam expostos em vitrines nas lojas,  disponíveis à venda. Algo que é extremamente importante, conceitualmente falando, no sentido de não permitir  à exploração e aos maus tratos que ocorrem com os animais de  “raça famosa”, praticados pelos criadores   e  negociantes profissionais, justamente  pela sana desenfreada  do lucro financeiro.

Na outra ponta, por assim dizer, dias atrás, um vereador da cidade de Tucumã, no estado do Pará, resolveu lançar uma ideia que bem reflete o seu lado primitivo e totalmente desconectado com princípios cristãos,  ao sugerir que cães e gatos “abandonados” servissem de alimentos às onças e leões nos zoológicos.

A discussão não é binária muito menos  engraçada. Envolve direitos, deveres, obrigações, civilidade e principalmente sintonia com crenças sobre o direito ao sopro da vida, seja ele “humano ou animal”.

Para concluir essas linhas,  sem sair do assunto e ativando a nossa “caixinha imaginativa”,  há trinta anos, se algum antonense  precificasse que no Natal do primeiro ano da terceira década do século vinte um, na nossa Vitória de Santo Antão,  os governantes de plantão financiariam,  com dinheiro público,  um  “Natal Pet” e que “cachorros de ruas”, enquanto dormiam,   iriam ser visitados, em coretos,  por autoridades  certamente esse sujeito seria despachado , de maneira sumária, direto  à  “Tamarineira”. A dialética é uma constante, como bem disse o pensador do seculo XIX, Karl Marx. 

2 pensou em “A turma do cachorro malhado marcou a história da nossa “Aldeia”.

  1. Literalmente duas autoridades ,um representante do governo municipal, outro representando a OAB.Tudo pela causa animal.Estamos juntos malhado e Cia.

  2. Amigo Pilako é vivendo e se surpreendendo!
    O dito cidadão respeitado vitoriense é obrigado, por força do capricho “dazelites” pensantes a conviver com animais soltos nas vias.
    Penso: que as “zelites” da Cidade fizeram algum estágio nas regiões da Índia onde as vacas e os ratos são considerados divindades?
    – O santuário dos ratos está localizado na região indiana do Rajastão, em uma cidade chamada Deshnok. De acordo com a crença hinduísta, os roedores do templo são descendentes de Karni Mata, uma mulher que viveu no século 14 e que era uma encarnação de uma deusa chamada Durga).
    Mas é assim mesmo né Pilako? Fazer o que?
    O Prefeito quer agradar a “gregos e troianos”, o secretariado não é autônomo, as “zelites” formadas são mais sábias que o pobre povo analfabeto.
    Pilakinho nesse festival ululante, diário onde uns poucos auto intitulados formadores de opinião mandam no Senhor Prefeito ou no Secretariado, e que se arvoram até a querer impor suas visões de mundo – ecologismo – lembro do que ensinava um Católico de verdade (não esses consuiodres de hóstias que temos aqui à profusao) G. K. Chesterton, que nos ensina até hoje: “Louco não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem que perdeu tudo menos a razão.”
    A máscara de que tanto divagou Khalil Gibran, no seu clássico O PROFETA, caberia a Nós, simples povo, posto que a lógica, agora invertida do bom senso, está contaminada pela idiotice comuno ecologista.
    Precisamos da máscara amigo Pilako, mas não da mascara que, ao ser retirada nos traz à luz da razão, mas a máscara dos tolos para que, se colocam como senhores de um povo, senhores de uma verdade, senhores do bom senso.
    Veja que ditas autoridades (servidas pelo povão que, de fato trabalha) hoje propugnam direitos para animais!!! Será que se um cachorro (so defedem cachorros, crocodilo é muito feio e nao cabe na cama) motder um Pai de familia será aberto inquérito pra saber o grau de culpabilidade do Varão?
    Bem Pilako: uns ama gente, outros amam bichos! Vai que, logo, logo os hospitais priorizarão atender cachorros!
    Um forte e humano abraço!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *