Cemitério: exumação antes do tempo – 160 anos depois a história se repete…

Repercutiu “com força” o caso do descarte irregular das ossadas humanas ocorrido no Cemitério São Sebastião. Os filmes, além das redes sociais,  ganharam força no noticiário nacional  dando à nossa “aldeia” – Vitória de Santo Antão – uma incômoda exposição. A internet, quando usada corretamente, se configura numa importante ferramenta de cidadania e controle social.

Motivada pela “bola nas costas” a prefeitura da Vitória cuidou de realizar “mutirão no Cemitério São Sebastião neste fim de semana”. Entre outras coisas, construiu três novos ossários, no sentido de  promover a devida destinação aos restos mortais dos nossos irmãos antonenses. Antes, em nota à imprensa, emitida na última quarta-feira (17), a municipalidade havia decidido “levar as ossadas para serem enterradas em dois outros cemitérios na Zona Rural”.

 Por mais que tenha errado a atual gestão pública do município na condução desse caso –  em não haver acusado o problema  lá atrás, ainda no inicio da transição de governo –  deve-se  entender  que  o seu “pecado”, proporcionalmente,  será sempre  menor,  na comparação com a  gestão  passado que, diga-se de passagem, até agora, silenciou  diante dos últimos acontecimentos.

Ainda no bojo desse lamentável episódio, o atual prefeito,  Paulo Roberto,  evocou uma  Lei Municipal de 2014 (3961) para dizer que,  doravante,  os restos mortais só serão exumados após três anos  e não mais um ano meio,  como era realizado  pela administração anterior, segundo garantiu a mais recente nota emitida pela municipalidade.

Inaugurado às 16h do dia 9 de maio de 1875 o nosso “espaço santo” – Cemitério São Sebastião –, do ponto de vista histórico,  é provedor de um rosário de curiosidades. Aliás, em se tratando de sepultamento na nossa “Aldeia”, se “abanarmos a poeira” dos arquivos que contam a história dos nossos antepassados,  encontrar-se-á registros relevantes que diz respeito a muita gente que apenas “conhecemos pelos nome”.

Encontraremos, por exemplo, que ainda na primeira década da segunda metade do século XIX a Câmara teve que optar em investir na construção do “Açougue da Carne” em detrimento de um cemitério.

Para concluir, lembremos que já em 1859 o então vigário da Matriz de Santo Antão, Francisco Xavier dos Santos, já cobrava, através de ofício à Câmara Provincial, pela urgência na construção de um cemitério e que também –  tal qual como hoje –  já  reclamava,  dizendo: “as sepulturas eram abertas ainda frescas e antes dos prazos estabelecidos”.

160 anos depois, a história se repete em novos capítulos e com novos atores, claro……

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