Vamos procurar o “caminho das pedras”.

Dentro do contexto pecuário, nossa Vitória de Santo Antão fez história. A criação e o comércio do gado sempre rendeu, entre outras coisas, dividendos financeiros para o município. No século 19 e até a primeira metade do século 20 a cidade contava com um amplo local que se chamava: PÁTIO DOS CURRAIS .

Pátio dos Currais - 1920

Pátio dos Currais – 1920

No local, onde hoje repousa as duas praças no bairro do Livramento, conjugalmente cercadas por ocasião das suas respectivas reformas,  segundo os livros que contam parte do cotidiano dos nossos antepassados, foi o local destinado pelos governantes da época à realização do confinamento, comercio e também a devida tributação, por parte do município, já que esta atividade, na Vitória de antigamente, se configurava como uma das principais fonte de rendas do governo de então.

Pois bem, com o crescimento da urbanização no sentido do Livramento, isso porque a cidade teve sua origem na Matriz, com a construção do Paço Municipal (hoje Câmara de Vereadores) em 1893 e com a inauguração do monumento do Anjo em 1905, aos pouco o local foi se transformando em área central.

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Sendo assim, em 24 de janeiro de 1954, em comemoração ao Tricentenário da Restauração Pernambucana, o então prefeito, Manoel de Holanda, homem de fino trato, inaugurava a Praça da Restauração.

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A cidade, para este evento, viveu um dia intenso de festa. Autoridades da Capital, assim como representantes do Governo do Estado se fizeram presente ao ato inaugural comemorativo. Curiosamente, como orador oficial da solenidade, o prefeito Manuel de Holanda convidou o meu avô, Célio Meira. Apenas por uma questão de registro, gostaria de dizer que possuo, na íntegra, este discurso.

O escritor vitoriense Dr. Célio Meira, saudando as autoridades e pronunciando a oração oficial na grande concentração cívica de 24-1-1954

Muito bem, foi dentro deste contexto, com muita pompa e simbolismo, que a referida praça surgiu. Como já havia dito, em outras oportunidades aqui mesmo no blog, esta praça, mesmo com mais de meio século depois da sua concepção e construção ainda, na minha opinião, se configura como a  praça mais bonita da cidade.

Digo tudo isso para comentar sobre a atual reforma das respectivas praças. Hoje, meses depois do início das suas obras, o prefeito Elias Lira, juntamente com seus auxiliares da pasta de obras, Manuel Jorge e Selma Mores, sem nenhuma explicação plausível, não fixaram a placa informativa da obra da maneira correta, coisa aliás, que nem precisava tá cobrando, pois, os mesmos sabem muito bem que estão SONEGANDO INFORMAÇÕES para população. Segundo comentário, estão sendo aplicadas nestas obras quase R$ 2.000.000,00 (Dois Milhões de Reais).

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No início das obras, quando ainda não existia isolamento, fiquei impressionado pelo bom estado de conservação das pedras retiradas da parte interna da praça, arrancadas, aliás, manualmente com todo cuidado pelos trabalhadores.

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Apenas a título de curiosidade, na era do GOVERNO QUE FAZ, quando algumas obras foram realizadas relacionadas à demolição e reforma, como por exemplo: o Galpão que abrigava o Mercado de Farinhas na Rua Primitivo de Miranda, o pessoal ligado ao então deputado e candidato a prefeito Elias Lira, foram os primeiros a dizer: a cobertura daquele galpão foi para fazenda de Romero e as telhas para cobrir as baias no sítio de num sei  quem. Acusações, aliás, nunca provadas.

Reutilizar material em outras obras, para quem mexe com construção, é uma prática mais que corriqueira. Já nas obras com dinheiro público onde, pelo menos no papel, tudo tem que ser “preto no branco” esta engrenagem é complicada.

Aparentemente, as pedras acima citadas, estão sendo reutilizadas para compor, no entrono das árvores, uma espécie de canteiro. Aí eu pergunto: se realmente são as mesmas pedras citadas como ficará, então, as devidas prestações de contas juntos aos órgãos fiscalizadores? Será que existe realmente algum dispositivo que autorize a reutilização de material em obras públicas?

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Mas, caso não sejam as ditas pedras que estão sendo reutilizadas nos referidos canteiros, não seria, então, nenhum absurdo perguntar: onde foram parar as pedras, em perfeito estado de uso retiradas da praça do jacaré?

O tempo passou e agora estamos na era do Governo de Todos. Assim como na era do Governo que Faz, as perguntas devem ser feitas mas, coincidentemente, as respostas, pelo andar da carruagem,  serão as mesmas, ou seja: A ARROGÂNCIA DO SILÊNCIO.

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