“O progresso também é uma fatalidade”.

vitoria de santo antão pernambuco

Foto: Blog Nossa Vitória PE

Dias atrás, pela força do compromisso, realizei viagem com destino às cidades localizadas na Região do Sertão do Pajeú. Deixando a Zona da Mata, onde nossa Vitória ostenta o título de Capital, adentramos na Região do Agreste Pernambucano.

Ao passar pela Capital do Agreste, Caruaru, uma das cidades mais importantes do Estado, pudemos contemplar um visual metropolitano. Também conhecida como Capital do Forró dada à pujança dos seus festejos juninos, Caruaru, nas últimas décadas, também se firmou no eixo econômico do Nordeste como uma verdadeira potência. Seus últimos gestores, adversários no cenário local, maduramente, entenderam que para se projetar e avançar administrativamente e politicamente seria necessário fazer pela pólis, mais que o outro, com isso, todos ganharam, sobretudo, os caruaruenses.

Seguindo adiante pela importante BR 232, saindo do Agreste, teremos como “porta do Sertão do Moxotó” a cidade de Arcoverde. Para minha surpresa, uma grande obra viária, inclusive, com a duplicação da BR no trecho Urbano, vem dando uma nova formatação no município, que entre outras coisas, é um exemplo na organização da imperiosa mobilidade urbana servindo, aliás, de “case” de sucesso para a chamada municipalização do trânsito.

Nas outras cidades interioranas que tenho a oportunidade de visitar, faço questão de observar o nível de preservação dos prédios históricos assim como a ocupação de barracas nas calçadas para, de maneira automática, traçar um paralelo com a nossa Vitória de Santo Antão. Confesso, que fico estarrecido, cito como exemplo, a cidade de Santa Cruz do Capibaribe que tem, no comércio informal a sua principal cultura e curiosamente não existe nenhum passeio público tomado por pequenos comércios.

O internauta do Blog do Pilako, então, poderá dizer: “oxe pilako, você vive dizendo que Vitória é centro do seu mundo e agora vem falar que os outros lugares é que são bons, oxe, não estou entendendo nada.”

Pois bem, vou explicar melhor: É inegável que Vitória avançou e continuará avançando. Aliás, diga-se de passagem, na última década o Nordeste for a Região do Brasil que mais ascendeu. Os programas sócias  e os grande projetos federais na região, aliada à chegada de empreendimentos privados, sem dúvida, foram os grandes elementos desta “nova  equação”.

Nossa cidade, Vitória de Santo Antão, que vem sofrendo algumas transformações “a olhos vistos”, inserida neste contesto macroeconômico, foi beneficiada, principalmente,  pela sua localização e também  por ser a primeira grande cidade, fora da Região Metropolitana e que portanto, estaria contemplada nas  isenções de imposto na chamada “GUERRA FISCAL”.

Como disse o importante escritor Mário de Andrade, “o progresso também é uma fatalidade”.

Nas outras cidades,  hora exemplificadas, observamos por parte dos gestores uma preocupação na questão do crescimento ordenado, ou seja, existe, pelo  menos aparentemente, uma preocupação com os impactos nocivos do tão propagado CRESCIMENTO.

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Olhando para “dentro da minha cidade” e, sobretudo, para a condução dos últimos gestores municipais, não consigo enxergar nenhuma obra de infraestrutura que esteja sintonizada com a Vitória das próximas décadas, muito pelo contrário, o que vejo, por exemplo, é  em uma das Avenida mais importantes da cidade – Henrique de Holanda –   a total irresponsabilidade pública quando, tanto na gestão do José Aglailson quanto na do Elias Lira, são “autorizadas” invasões com  construções particulares e totalmente irregulares,  danosas, inclusive,  ao crescimento ordenado da cidade.

Portanto, fica aqui a constatação de que as prioridades administrativas de nossa cidade precisam urgentemente serem mudadas. Vitória não aguenta mais ser tratada como “moeda de troca” para que alguns se mantenham no poder apenas para beneficia-se, assim como seus filhos e apadrinhados políticos.

2 pensou em ““O progresso também é uma fatalidade”.

  1. Que bom ler um texto tão claro,sensato e elucidativo como esse publicado em tão conceituado meio de comunicação ,que é o Blog do Pilako ,o qual também proporciona espaço para todos que querem expor suas opiniões e em especial para pensadores livres, que não estão atrelados aos que detém o poder ou que por eles nutrem paixão desenfreada.

    É inegavel que tivemos uma significativa mudança na economia da nossa região ,e que o bom entendedor reconhece que,nada mais é que consequência do momento econômico que atravessamos ,pois se houve uma pequena melhora do poder aquisitivo da população(mesmo se com as tais bolsas qualquer coisa)como consequência teríamos proporcional aumento no consumo,o que explica claramente a vinda das empresas à região. Seguindo o pensamento…se existe infraestrutura e mercado: produzo ,vendo e tenho lucro.
    Não vejo outro motivo…não existem caridosos neste processo, embora saibamos que uma parcela dos habitantes será beneficiada.

    Quanto aos nossos políticos repensarem os métodos por eles utilizados para fazer política e administrar nosso município,afirmo…Só se for por obra do Espirito Santo,pois se está comprovado que,o método aqui utilizado, foi e está sendo danoso para o município,também está mais que provado que, para os dois grupos dominantes,tem sido de grande prosperidade,o que justifica as décadas e décadas de dominação.

    Que bom seria se nossos supostos administradores saissem pelo mundo afora,com o intuito de absorver novas idéias e projetos,aplicáveis ao nosso município. Mas,tais quais zelosos pastoradores de gado,não saem de perto do seu curral,temendo que lobos mais astutos ,venham abocanhar parte do seu rebanho.

    Não podemos esperar nada de quem, nada tem a oferecer.O que
    Podemos esperar dos que aí estão manipulando a tudo e a todos sem poderem computar uma obra sequer que tenha verdadeiro vulto e significado e que trouxe beneficios a população como um todo?

    As vezes, absorto ,me vêm perguntas ,as quais,poderia dirigir aos nossos administradores ,mas lanço-as como tópicos para que sirvam para reflexão, tais como:
    -qual o bem ,caridade,qual socorro prestado por mim verdadeiramente e sem interesses escusos ?
    Como conduzi o cargo que ,por Deus,a mim foi confiado?
    Como quero ser reconhecido e como serei inserido no contexto histórico do meu município?

    Será que é possível fazer uma auto análise no fundo da própria consciência ,apoiado nos preceitos cristãos,com o intuito de saber qual o merito que terei diante de Deus,quando daqui partir para o mundo espiritual?
    O que levarei?

    Mas,devaneios meus…impossível!!!!!!!

    Esqueco que consciência e política,aqui,não se afinam.

  2. Pingback: Internauta Rogerio Luiz comenta em matéria do Blog | Blog do Pilako

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