Momento Cultural: O Morrer do Sol – por ALBERTINA MACIEL DE LAGOS

Profª Albertina Maciel de Lagos

– Chega a Tarde!… e o Sol?…

parece um Rei que fora destronado

e, humilhado se exila

da pátria sua… e longe, desprezado,

de Dor se aniquila!

 

– vem o Arrebol…

No seu rubor, o que se faz?!!!

– De Tebo anuncia o instante final

Enquanto, nuvens amarguradas,

afoguedadas,

recitam, silentes, o “descanse em paz”

numa Prece Vesperal!

 

Ouve-se um soluço gemente,

bem triste, lento, plangente…

– E o Sino a dobrar a Ave Maria

anunciando o expirar do Dia!

 

A Lua que é do Sol esposa amada,

Pálida aparece,

da Noite, no véu negro enlutada,

de Dor se esmaece!

 

Assistam-na, as Estrelas, suas Damas

que lhe fazem companhia…

do seu Amor, nas prateadas chamas,

a Terra erma alumia!

 

Quanto Mistério no Crepúsculo,

no instante épico do Sol por!

O homem sente-se um ser minúsculo,

ante a grandeza do Senhor!

 

E, do Poeta, a alma sonhadora,

feliz, crente, extasiada…

de Luz sentindo a Sede abrasadora,

para o Além é transportada!

 

(SILENTE QUIETUDE – ALBERTINA MACIEL DE LAGOS – pág. 54).

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