Curiosidades Músicais: Continuando com Roberto Carlos (Parte 2) – Por Leo dos Monges

Robertocarlosinicioanos70Anos de 1960: A Jovem Guarda

Louco Por Você, de 1961 foi o primeiro LP de Roberto Carlos e um dos mais disputados entre os colecionadores e fãs do Rei. Motivo, foram impressas apenas 500 cópias.

Roberto Carlos insistiu em investir na música jovem da época, e em 1962 lançou “Splish Splash”, com o amigo Erasmo Carlos, Roberto compunha versões de hits do álbum e canções próprias como “Splish Splash” e “Parei na Contra Mão”, que se tornaram grandes sucessos. No ano seguinte com o LP É Proibido Fumar, em que, além da faixa título, destacou-se a canção “O Calhambeque”. Assim nascia a Jovem Guarda.

Conhecido nacionalmente, Roberto Carlos começou a apresentar o Programa Jovem Guarda em 1965 na TV Record, ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléa. O programa popularizou ainda mais o movimento e consagrou o cantor, que se tornou um dos primeiros ídolos jovem da cultura brasileira.

O termo iê-iê-iê usado na Jovem Guarda, surgiu da música She Loves You, em que os Beatles repetiam yeah-yeah-yeah. Quase todos os artistas da Jovem Guarda tinham apelido: Roberto Carlos era chamado de Brasa, Erasmo Carlos o Tremendão, Wanderléa Ternurinha, Wnaderley Cardoso era o Bom Rapaz, Rosemary era a Fada, Martinha o Queijinho de Minas e Ronnie Von o Príncipe.

Ainda em 1965, foram lançados os álbuns “Roberto Carlos canta para a Juventude” – com sucessos “Histórias de um Homem Mau”, “Os sete Cabeludo”, “Eu sou fã do Monoquine” e “Não quero ver você tão Triste”, parcerias com Erasmo Carlos e “Jovem Guarda” com os sucessos “Quero que vá tudo pro inferno”, “Lobo Mau”, “O Feio” (de Getúlio Cortês) e “Não é papo pra mim”. em 1966, apresentou os programas “Roberto Carlos à Noite”, “Opus 7”, “Jovem Guarda em alta tensão” e “Todos os jovens do mundo”, todos de vida efêmera e da TV Record.

Mas o que mais marcaria aquele ano seria uma briga por motivos profissionais, que quase colocou fim à parceria entre Roberto e Erasmo. A razão da separação foi uma falha da produção do programa “Show em Si…Monal” da Tv Record, que homenageava Erasmo. A produção do programa havia preparado um pot-pourri com as composições mais famosas de Erasmo, entre as quais, Parei na Contramão, Quero que vá tudo pro inferno. O problema criado foi que estas canções foram compostas em parceria com Roberto, mas se deu crédito unicamente a Erasmo. Os dois se desentenderam e a parceria ficou suspensa por mais de um ano. Neste período Roberto compôs “Querem acabar comigo” e “Namoradinha de um amigo meu”, que foram lançadas no LP (Roberto Carlos) daquele ano, o disco ainda tinha os sucessos “Eu te darei o céu”, “Esqueça” (versão de Roberto Corte Real), “Negro Gato” (de Getúlio Cortês) e “Nossa canção” (de Luiz Airão).

Em 1967, a amizade Erasmo-Roberto seguia estremecida, embora os dois apresentassem junto co Wanderléa o programa “Jovem Guarda”, na Tv Record. Roberto compôs sozinho sucessos como “Como é Grande o Meu Amor Por Você”, “Por isso Corro Demais”, “Quando” e “De que Vale tudo isso”, que seriam lançados no LP (Roberto Carlos em Ritmo de Aventura), trilha sonora do filme Homônimo, lançado no ano seguinte, e que teve produção e direção de Roberto Farias e elenco com José Lewgoy e Reginaldo Farias. O filme tornou-se um grande sucesso de bilheteria do cinema nacional.

A relação entre Erasmo e Roberto voltaria ao normal por causa de (Em Ritmo de Aventura). Envolvido com diversos compromissos profissionais, Roberto não conseguia finalizar a letra da canção de “Eu Sou Terrível”, que seria a faixa inicial da trilha sonora do longo-metragem. Então, ele pediu auxílio ao velho parceiro Erasmo, que o ajudou a finalizar a letra. Assim, a amizade a parceria dos dois foram retomadas. Ainda naquele ano Roberto fez em Cannes (França) os primeiros espetáculos no exterior e participou de alguns festivais de música popular brasileira. Com “Maria, Carnaval e Cinzas” de Luiz Carlos Paraná o cantor ficou em quinto lugar. Algumas pessoas hostilizaram a presença de um ícone da Jovem Guarda – tido como “alienado” sob a óptica da época.

rcbrzcd1968Em 1968 foi lançar o LP “O Inimitável”. Disco de transição na carreira do cantor, o album teve influências na Black Music Estadunidense e emplacou vários sucessos, como “Se Você Pensa”, “Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo”, “É Meu, é meu, é meu”, “As Canções que Você fez pra mim” (todas parcerias com Erasmo Carlos), “Ciúme de Você” (de Luiz Airão) e “E não vou deixar Você Tão Só” (de Antonio Marcos). Ainda naquele ano, Roberto Carlos se tornaria o primeiro e único brasileiro a vencer o Festival de San Remo (da Itália), com a canção “Canzone Per Ter” de Sérgio Endrigo e Sergio Bardotti, e se casaria, em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), com Cleonice Rossi, mãe dos filhos Roberto Carlos Segundo (O Segundinho, mais conhecido como Dudu Braga, nascido em 1969), e Luciana nascida em 1971.

A mudança de estilo do cantor viria definitivamente em 1969. O Álbum “Roberto Carlos” foi marcado por um maior romantismo em lugar dos tradicionais temas juvenis típicas da Jovem Guarda. Entre os sucessos deste LP estão “As Curvas da Estrada de Santos”, “Sua Estupidez” e “As Flores do Jardim da Nossa Casa”, todas parcerias com Erasmo Carlos. Ainda naquele ano, foi lançado o “Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa”, segundo filme dirigido por Roberto Farias e êxito de bilheteria.

COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ

Aguardem, continuaremos com Roberto Carlos quinta-feira dia 26/12.

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Leo dos Monges

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