Da nudez em que vive na demência,
traduzes bem o desmoronamento.
lar que serviu de abrigo à inteligência
e onde hoje reside o esquecimento.
Outrora tu vivias na opulência:
carne, vaidade, amor, deslumbramento,
beijo, pecado, embriaguez, ardência,
e hoje, de tudo isso, o isolamento.
No mundo, tu viveste mascarada.
Hoje, porém, com a face descarnada,
Tens do teu rosto a máscara caída…
Retrato original da humanidade:
Ressaca para toda a eternidade
depois da grande dança desta vida!…
(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 12).