Em Cerimônia, ocorrida na Praça de São Pedro do Vaticano, nesse domingo (15), o Papa Francisco canonizou os “30 mártires do Rio Grande do Norte”, considerados os primeiros mártires do Brasil. O derramamento de sangue, em dois massacres distintos, com aproximadamente cento e cinquenta mortos, partiram dos holandeses calvinistas na direção dos católicos, em julho e outubro de 1645.
Os trágicos eventos marcaram de forma emblemática a “guerra religiosa”, então travada entre holandeses e portugueses, nas terras do Nordeste Brasileiro. Em um dos ataques, às margens do Rio Uruaçú, oitenta católicos, adultos e crianças – uma com apenas dois meses de vida – foram despidos e mortos, por não aceitarem se converter ao protestantismo.
Muito bem, para os mais atentos e com um pouco mais de conhecimento histórico, naturalmente, entende-se que os “falsos profetas”, em nome de Deus, cometeram todo tipo de atrocidade. Religião e Estado, Fé e Poder são “irmãos siameses” e “primos carnais”, respectivamente, isto é: indissociáveis…
Pois bem, saindo da seara religiosa concentro-me, agora, no “ponto de ligação” entre o ato administrativo do atual Pontífice com a nossa polis, particularmente com o nosso Sítio Histórico do Monte das Tabocas. A épica batalha, travada e vencida nas nossas terras, entre os luso-brasileiros e flamengos, em 03 de agosto de 1645, configura-se, de maneira prática, como o ponto de partida para a restauração do domínio português nos trópicos, antes sob a batuta dos holandeses, que perdurou vinte e quatro anos – 1630 a 1654.
De resto, como antonense observador da cena local e sintonizado com as boas causas, atinentes ao nosso torrão, entendo que a canonização dos “mártires de Cunhaú e Uruacú” “adubam”, ainda mais, à importância histórica do nosso Monte das Tabocas. Aliás, pelo dinamismo da historiografia cada dia que se passa O MONTE ganha “mais corpo e musculatura”, no contexto do mundo acidental.
Infelizmente a “miopia administrativa” e o desinteresse irresponsável, assim como o despreparo intelecto/cultural que adorna e adornou as “mentes brilhantes” dos nossos atuais e últimos gestores municipais, nos inclina a dizer que tudo continuará como antes, ou seja: ADORMECIDO E DESPREZADO!!!