Curiosidades Musicais – O Pequeno Burguês – por Léo do Monges.

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Em meados de 1960, o sargento Martinho viu um colega de farda se formar em direito, os colegas de patentes orgulhosos do companheiro, combinaram ir à formatura fardados  para prestar homenagem ao sargento e advogado Xavier.

Ocorre que o formando resolveu tirar férias e não convidou nenhum dos amigos para a formatura. Indignados com a desfeita, todos os sargentos, inclusive Martinho, resolveram dar um “gelo” no colega a quem tacharam de novo burguês. Ninguém falava com ele, que inocentemente não estava entendendo nada. Certo dia, o pobre sargento Xavier encontrou-se com Martinho em um bar e resolveram passar a limpo o que estava acontecendo de fato e depois de muita insistência, Martinho resolveu contar o motivo do desprezo.

Bastante aliviado, o novo advogado esclareceu a situação:

Na verdade Martinho,  nem eu mesmo fui ao Baile da minha formatura. Salário de Sargento era baixo e não dava para comprar o paletó, beca, anel e outras exigências formais para participar do evento. Informou, ainda, que recebera o “canudo” posteriormente, diretamente do diretor da faculdade.

O Pequeno Burgês (Martinho da Vila)
Compositor Martinho da Vila.

https://www.youtube.com/watch?v=L8K9YShmuHo

Felicidade!
Passei no vestibular
Mas a faculdade
É particular
Particular!
Ela é particular
Particular!
Ela é particular…

Livros tão caros
Tanta taxa prá pagar
Meu dinheiro muito raro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar…

Morei no subúrbio
Andei de trem atrasado
Do trabalho ia prá aula
Sem jantar e bem cansado
Mas lá em casa
À meia-noite
Tinha sempre a me esperar
Um punhado de problemas
E criança prá criar…

Para criar!
Só criança prá criar
Para criar!
Só criança prá criar…

Mas felizmente
Eu consegui me formar
Mas da minha formatura
Não cheguei participar
Faltou dinheiro prá beca
E também pro meu anel
Nem o diretor careca
Entregou o meu papel…

O meu papel!
Meu canudo de papel
O meu papel!
Meu canudo de papel…

E depois de tantos anos
Só decepções, desenganos
Dizem que sou um burguês
Muito privilegiado
Mas burgueses são vocês
Eu não passo
De um pobre coitado
E quem quiser ser como eu
Vai ter é que penar um bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado…

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