Henrique de Holanda
De pétalas de rosas
o roseiral todinho se enfeitou,
para a festa doirada
dos românticos dias de verão!…
Porém, as rosas,
descrentes desse sol, que as afagou,
precipitam-se da haste iluminada,
buscando a paz nas sombras que há no chão.
…Nem redolência, nem frescor, nem graça;
– rosas caídas, – luz que se apagou!…
calçadas pelos pés de alguém que passa,
são proscritas do olhar que as cobiçou!…
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No roseiral da Vida,
por sobre os galhos hirtos da Ilusão,
nem uma rosa sequer…
Em derredor: estradas tortuosas,
pesar, receio, dor, mágua incontida…
…Muitas rosas caídas sobre o chão!
Rosas que ninguém quer,
mas que são: Rosas!…
(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – VITÓRIA DE SANTO ANTÃO–PE – pág. 1)
