Curiosidades Musicais: VINICIUS DE MORAES – por Léo dos Monges

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Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes (Vinicius de Moraes). Nasceu no Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913. Faleceu no Rio, 09 de julho de 1980, se vivo estivesse completaria cem anos no dia 19 de outubro de 2013.

Poeta essencialmente lírico, o que lhe renderia a alcunha de “poetinha”. Notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador de uísque, conhecido também por ser um grande conquistador.

Vinicius teve no campo musical como seus maiores parceiros: Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.

Filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes e Lidia Cruz. No fim da década de 1920 Vinicius de Moares produziu letras para dez canções, nove delas parcerias com os irmãos Tapajós. Sua primeira como letrista veio em 1928, quando compôs com Haroldo “Loira ou Morena”, gravada em 1933 pela dupla de irmãos. Vinicius teve publicado seu primeiro livro de poema, O Caminho para a Distância, em 1933 e lançou outros livros de poemas. Nessa década, foram também gravadas outras canções de sua autoria, como: Dor de Uma Saudade, O Beijo que Você Não Quis Dar, Canção da Noite e Canção para Alguém.

O ano de 1958 marcaria o início de um dos movimentos mais importantes da música brasileira a Bossa Nova. A pedra fundamental do movimento veio com o álbum “Canção do Amor Demais”, gravada pela cantora Elizeth Cardoso, além da faixa-título o antológico LP contava ainda com outras canções de autoria da dupla Vinicius e Tom como “Luciana”, Estrada Branca, Outra Vez e Chega de Saudade.

“Chega de Saudade” foi uma canção fundamental daquele movimento, especialmente porque o álbum de Elizeth Cardoso contou com a participação de um jovem violonista, que com seu inovador modo de tocar violão, caracterizado por uma batida, marcaria definitivamente a Bossa Nova e a tornaria famosa no mundo inteiro a partir dali. O nome deste violonista é João Gilberto.

CHEGA DE SAUDADE

Quando garoto, fazia concertos de piano para os meninos de sua vizinhança. A garotada não sabia, porém, que o instrumento – uma pianola – tinha um recurso automático que executava sozinho as canções. Vinicius apenas simulava a interpretação das peças.

Vinicius+de+Moraes+vmoraes7Fez seu primeiro poema aos 9 anos. Dedicou-o para uma menina chamada Cacy, por quem estava apaixonado na época, recebeu dos amigos o apelido “poetinha”. Formou-se em Direito em 1933. Também estudou inglês na Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Casou-se nove vezes a primeira foi (Tati) Beatriz Azevedo de Melo, em seguida foram, Regina Pederneiras, Lila Maria Esquerdo e Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nelita Abreu Rocha, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria e Gilda de Queiroz Mattoso. Em 1943, iniciou sua carreira diplomática ao entrar no Itamaraty. Foi vice-cônsul em Los Angelis (EUA) e atuou nos consulados da França e do Uruguai. Após a edição do Ato Institucional nº 05 (AI5), que deu poderes amplos à Ditadura dos Militares, todos os diplomatas brasileiros homossexuais e que tinha fama de festeiros foram aposentados compulsoriamente. Vinicius foi um deles, que de volta ao Brasil, fez questão de declarar “Eu sou um Bêbado!”.

Junto com o compositor Baden Powell, Vinicius se trancou em seu apartamento em 1962 para escrever músicas. Eles ficaram lá por duas semanas. Compuseram cerca de 20 músicas e beberam três caixas de uísque.

Vinícius de Moraes 05Ao lado de Antonio Maria, Vinicius atravessou a noite bebendo num bar em Copacabana, ao raiar do dia, foram ver o nascer do dia na calçada da praia e ficaram observando várias pessoas ali se exercitando uns correndo, outros caminhando e por alguns minutos ficaram os dois olhando e Vinicius falou para Antonio Maria, amigo vamos fazer pacto. Nunca mais iremos fazer nenhum tipo de exercício exagerado.

Morreu aos 66 anos. No dia anterior, um repórter lhe perguntou se estava com medo da morte. “Não, meu filho. Eu não estou com medo da morte. Estou é com saudades da Vida”.

Em parcerias ao longo de sua carreira Vinicius compôs várias músicas entre elas, A Arca de Noé, A Benção-Bahia, A felicidade, Água de Beber, Apelo, Aquarela, Arrastão, Berimbau, Canto de Ossanha, Carta ao Tom, Cavalo-Marinho, Chega da Saudade, Coisa Mais Linda, Eu Sei que Vou te Amar, Garota de Ipanema, Insensatez, Marcha da Quarta-feira de Cinzas, Minha Namorada, Onda Anda Você, Regra três, Tarde em Itapoá…

Garota de Ipanema, uma das canções mais conhecidas de mundo. Sentados no Bar Veloso, Tom Jobim e Vinicius de Moraes encantaram-se com a beleza da jovem Hellô Pinheiro, que passava por ali rumo à praia de Ipanema. E fizeram a música em homenagem a ela. Composta em agosto de 1962, foi lançada somente em março de 1963, tornando-se o maior sucesso da Bossa Nova. Originalmente a música chama-se “Menina que passa”.

GAROTA DE IPANEMA

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
No doce balanço, a caminho do mar

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, porque estou tão sozinho
Ah, porque tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

leo

 

Leo dos Monges

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Curiosidades Musicais: Djavan – por Leo dos Monges

Djavan Caetano Viana, nascido no dia 27.01.1949 em Maceió – Alagoas. Filho de uma mãe lavadeira. Queria ser jogador de futebol, mas o talento musical falou bem mais alto.

Foi na adolescência que despertou para o mundo musical, mas a família não queria porque achava que não daria em nada e que ele deveria seguir a carreira militar.  Revoltado saiu de casa aos 16 anos, indo pra Recife morar na casa de um primo. E foi trabalhar como Office-boy na fábrica de refrigerante crush. Ficou apenas um mês, deixou o emprego e ficou dois anos tocando viola na cidade e aos 18 anos resolveu voltar para a casa da mãe.

“Flor de Lis” circula na internet a seguinte estória:

Djavan teve uma mulher chamada Maria, os dois aguardavam uma filha que se chamaria Margarida, mas a mulher teve um problema na hora do parto e ele teria que optar por sua mulher ou por sua filha.

Ele pediu ao médico que fizesse tudo que pudesse para salvar as duas. Mas o destino foi duro e a mulher e a filha faleceram no parto.

A assessoria de Djavan informa que a estória não é verdadeira.

Flor de Lis

Valei-me Deus, é o fim do nosso amor
Perdoa, por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei? Eu só sei que amei
Que amei, que amei, que amei
Será talvez que minha ilusão
Foi dar meu coração com toda força
Pra essa moça me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz de uma flor de lis
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira, poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria nem Margarida nasceu
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria nem Margarida nasceu

leo

 

 

Leo dos Monges

Curiosidades Musicais: Jorge Assis de Assunção (Jorge de Altinho) – por Léo dos Monges

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Nasceu do bairro de Salgadinho em Olinda – PE.

Quando Jorge tinha 5 anos de idade, o seu pai que era dono de posto de combustível no bairro da Encruzilhada Recife, decide ter uma vida mais tranqüila, mudou-se para Altinho, cidade do interior de Pernambuco, onde entrou no ramo de secos e molhados, espécie de atacado de supermercados.

Jorge sempre foi apaixonado por música, e uma música que ele adorava era “Menina Linda” na voz de Renato e seus Blue Caps, sucesso dos Beatles.

Por curiosidade resolveu copiar a música inteira no caderno, para depois se exibir para os colegas, já que eles não conheciam toda a letra.

Mais tarde Jorge foi fazer um teste no programa de auditório da Rádio Difusora de Caruaru e foi lá que recebeu do Radialista Uruapuã Barrocas o seu nome artístico.

No começo de sua carreira inspirou-se em Jackson do Pandeiro e Raul Seixas.

O interesse pela música nasceu muito cedo, aos 15 anos já rabiscava as suas primeiras composições, seu primeiro contato com a música foi na cidade de Parnamirim, onde um amigo Chico de Adauto o apresentou ao Trio Nordestino, ele mostrou algumas músicas e eles de cara gravaram duas músicas: “Sapo Cururu” e “Fole de Ouro”.

E depois gravaram: Forro Quentão, Xamego Proibido, Petrolina Juazeiro, A Capital do Forró e tantas outras.

Depois de ter gravado tantas músicas com o Trio Nordestino, foi convidado para gravar o seu primeiro vinil em 1980 pela Odeon, o disco tem o título “Jorge de Altinho – O Príncipe do Baião” com doze músicas de sua autoria.

Depois em outro disco ele resolveu ousar mais um pouco, como bom aluno do Maestro Camarão, colocou Mestres no Forró, Trombone, Saxofone e o Piston.

E foi muito boa essa idéia, porque as pessoas o apoiaram neste movimento e cantaram com ele em participações especiais, pessoas como: Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Fagner, Zé Ramalho, Alcione, Paulo Diniz, e tantos outros.

Petrolina Juazeiro

Na margem do São Francisco, nasceu a beleza
E a natureza ela conservou
Jesus abençoou com sua mão divina
Pra não morrer de saudade, vou voltar pra Petrolina

Do outro lado do rio tem uma cidade
Que em minha mocidade eu visitava todo dia
Atravessava a ponte ai que alegria
Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia

Hoje eu me lembro que nos tempos de criança
Esquisito era a carranca e o apito do trem
Mas achava lindo quando a ponte levantava
E o vapor passava num gostoso vai e vem

Petrolina , Juazeiro, Juazeiro, Petrolina
Todas duas eu acho uma coisa linda
Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina

leo

 

 

Leo dos Monges

Curiosidades Musicais: Petrucio Amorim

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Petrúcio Antonio de Amorim, nasceu em Caruaru – PE, no Bairro do Vassoural.

Aos nove anos de idade juntava sons e palavras e fazia suas primeiras canções.

Com doze anos já sonhava tocar suas músicas nas emissoras locais.

Em 1979 participou do 2º Encontro Latino Americano de Folclore, realizado em Caruaru. Petrúcio concorreu com três músicas, com as quais vence o festival. Os prêmios foram entregues por Luiz Gonzaga, a partir desta data tudo mudou quanto aos incentivos e elogios.

Sua primeira música gravada por Azulão (Confissão de um Nordestino) era o inicio da realização de um sonho.

Em 1981, Petrúcio conhece Jorge de Altinho, que começava sua carreira de intérprete e que assinou duas músicas de Petrúcio (Disfarce e Confidências) em seu LP “Meu Cantar”.

Em 1984, recebeu um convite da gravadora Polygran. Gravou seu primeiro LP, com o título “Doce Pecado”.

O primeiro CD chega em 1995, com o título de “15 Anos de Forró”, contendo participação de alguns artistas da mídia pernambucana, como: Cristina Amaral, Maciel Melo, Leonardo…

“Meu Cenário” é uma das músicas de trabalho que lhe renderia mais de 40 regrevações. No mesmo ano Flávio José estoura com “Meu Mungunzá”, que virou “Tareco e Mariola”.

Em 1996, Petrúcio recebeu em Caruaru a grande homenagem, o “São João Petrúcio Amorim” e Flávio José emplaca mais um sucesso do poeta “Filho do Dono”.

Dois anos mais tarde, Petrúcio gravara o CD “Fim de Tarde” que contém a regravação de “Anjo Querubim”, a música mais regravada de todo o seu repertório.

Petrúcio já colecionava vários sucessos em sua carreira como: Confidências, Devagar, Anjo Querubim, Estrela Cadente, Foi bom te amar, Menino de Rua, Tareco e Mariola, Filho do Dono, Meu Cenário e tantas outras.

Sucessos gravados por vários artistas como: Jorge de Altinho, Flávio José, Santana, Cristina Amaral, Adelmário Coelho, Marinês, Falamansa, dentre muitos outros.

Anjo Querubim
Petrúcio Amorim

Fiz você pra mim
Meu brinquedo
Meu anjo querubim
Meu segredo
Guardado só pra mim
Meu amor mais louco

Até de tanto amar
Fiz também algo
Pra gente ninar
Uma criança
Pra gente adorar
Tudo no sufoco

E você não gosta mais de mim
Vem dizer que eu não soube dar amor
E achar que a vida é mesmo assim
Cada um leva o barco sofredor

Meu baião
Coração
Arranca essa dor do meu peito pra eu não chorar
Meu baião
Coração
Arranca essa dor do meu peito pra eu não chorar

Comprei sururu, camarão
Fiz batida de caju
Dancei rumba e até maracatu
Pra te fazer feliz
Fui até natal
Salvador, paraíba, bacabal
Em belém você quase passou mal
E eu te fiz feliz

E você não gosta mais de mim
Vem dizer que eu não soube dar amor
E achar que a vida é mesmo assim
Cada um leva o barco sofredor

leo

 

 

Leo dos Monges

 

 

sintoniaAcesse a Rádio Sintonia Brasil e ouça o que tem de melhor da Música Popular Brasileira.

Curiosidades Musicais: Paulo Diniz

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Paulo Diniz, nasceu em Pesqueira – PE, em 24 de janeiro de 1940. Orfão de pai, dos 12 aos 16 anos trabalhou numa fábrica de doces da sua cidade.

Iniciou sua carreira no Recife, trabalhando como Crooner e baterista em casas noturnas. Ainda no Recife, trabalhou como locutor e ator na rádio. Depois foi morar no Ceará para trabalhar como ator. Em 1964, foi para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar na Rádio Tupi como locutor. Durante algum tempo, chegou a ser locutor esportivo. E nessa época passou a compor com mais frequência. Sua primeira gravação foi em 1966 com a música O Chorão. Em 1967, passou a conviver com Paulinho da Viola, Caetano Veloso e outros artistas. Em 1970, laçou o LP “Quero Voltar para a Bahia”, onde também se destaca a música “Um Chopp para Distrair”, ambas de sua parceria com Odibar. A música “I Want to GO back to Bahia” é uma homenagem a Caetano Veloso, que estava exilado em Londres. No ano seguinte gravou (Paulo Diniz) no qual fez sucesso com “O meu amor Chorou” e “Pingos de Amor”.

Ao longo de sua carreira, musicou vários poemas de poetas Brasileiros, entre eles, Carlos Drummond de Andrade “E Agora José?”, Manoel Bandeira “Vou-me Embora pra Pasárgada”, Gregório de Matos “Definição de Amor”, Jorge de Lima “Essa Nega Fulô” e Augusto dos Santos “Versos Íntimos”.

Suas músicas foram gravadas por vários interpretes, entre eles, Fagner, Simone, Emílio Santiago, Clara Nunes, Elizeth Cardoso… entre 1987 a 1996 por motivo grave de saúde, não gravou nenhum disco. Em 1997, morando no Recife, retornou sua carreira parcialmente recuperado, até pouco tempo, Paulo Diniz continuava fazendo shows, mesmo em cima de uma cadeira de rodas, pois uma doença o tornou paraplégico. Porém o vozeirão continuava intacto.

A informação que tenho é que Paulo Diniz hoje mora em Boa Viagem.

Um Chopp para Distrair

Ela passou,
Deixando um sorriso no chão
Deu um banho de beleza nos meus olhos
E aí começou o verão
Mil cores pintando o painel
Copacabana…

Ela parou,
Na loja de discos e escutou
A canção que eu fiz pra ela
A minha mensagem de amor
É tudo que eu tenho pra dar
Chorei de amor,
Eu sei, chorei de amor
E um chopp pra distrair…

Um chopp pra distrair,
Um chopp,chopp, pra distrair..

leo

 

Leo dos Monges

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Curiosidades Musicais: MILTON NASCIMENTO

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Nasceu no Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1942. Filho de Maria do Carmo Nascimento, uma empregada doméstica, que foi mãe solteira. Faleceu de tuberculose antes da criança completar dois anos. Milton ficou entregue aos cuidados da avó. Uma das filhas do casal para o qual sua mãe trabalhava propôs adotar Milton, a avó concordou. Fora acolhido por Minas Gerais. O casal Lília Silva Campos e seu marido, Josino Brito Campos.

Numa especial cortesia das massas andorinhas, fabricadas com ovos frescos e a melhor farinha, a ZYV-36, Rádio Clube de Três Pontas, está apresentando… Você pede a música, um programa onde quem manda é o ouvinte! E dando prosseguimento à seleção de hoje, vamos atender ao pedido de Neusa Imaculada, da Rua XV de Novembro. Neusa quer ouvir Desafinado, música esta que dedica ao Jorginho da Caldeira como prova de sincera afeição…

Talvez Neusa Imaculada tivesse mesmo bom gosto, mas o mais provável é que ela nem existisse: o “ouvinte” que mandava no programa era o próprio DiscJockey, que desandava a ouvir seus João Gilbertos e seus Henrys Mancinis.

Além de trabalhar como radialista e estudar num curso técnico de contabilidade, o dono do programa tocava violão e cantava no Luar de Prata, um conjunto vocal “Assim na base dos Platters americanos”, segundo ele. Já em avançada adolescência, precisava de dinheiro para “pagar o cinema e as biritas”.

Ademais, no ambiente da rádio, ele estava “em casa”, seu pai era o diretor da estação.

Vivia em clima doméstico: Seu pai era o professor de matemática, bancário que se formou em eletrônica e que seria ainda radioamador. E mesmo na música, cantando no Luar de Prata, levava o respaldo do lar (sua mãe fora aluna de Villa-Lobos), ou seja, o rapaz seguia na vida cantando com o apoio da família adotiva. Também conhecido pelo apelido de Bituca, por causa do bico que fazia quando era contrariado.

Gravou a primeira canção, Barulho do trem, em 1962. Em Três Pontas (MG), integrava ao lado de Wagner Tiso o grupo W’S Boys, que tocava em bailes. Mudou-se para Belo Horizonte para cursar Economia, onde tocando em bares e clubes noturnos, começou a compor com mais frequência; datam dessa época as composições, Novena e Gira Girou (1964), ambos com Márcio Borges.

Tem como parceiros e músicos que regravaram suas canções, nomes como: Wayne Shorter, Peter Gabriel, Sarah Vaughan, Pat Metheny, Gal Costa, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Elis Regina.

Já recebeu 5 prêmios Grammy. Em 1998, ganhou o Grammy de Best World Music Album in 1997.

Milton já se apresentou na América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.

Entre outros sucessos destacam-se: Maria, Maria (1978, com Fernando Brant) e a interpretação de Coração de Estudante (Wagner Tiso), que se tornou o Hino das Diretas Já (Movimento sócio-político e reivindicação por Eleições diretas em 1984) e dos funerais de Tancredo Neves (1985). Posteriormente, a Canção da America que versa sobre a amizade, foi o tema do fundo dos funerais de Ayrton Senna (1994).

Em 2010 Milton foi o homenageado do Festival internacional do Corais (FIC) de Belo Horizonte. No encerramento do Festival Milton esteve presente e recebeu uma homenagem de mais de mil vozes que cantaram uma composição de Fernando Brant e Leonardo Cunha “A Voz Coral” feita especialmente para o homenageado.

Travessia (Milton Nascimento e Fernando Brant) do LP Odeon nº 3869 de 1975. A gravação original é do próprio Milton, com arranjo de Luis Eça e foi feita em 1967 na Codil.

Com essa composição, Milton lançou sua voz e seu violão numa trilha até então pouco explorada na música popular: A toada do centro do país (“A música que soa como o carro de Boi de nossa terra”, no dizer de Márcio Borges), usada numa hábil fusão com elementos do jazz ouvindo em Trespa (Três Pontas) e da Bossa Nova da noite Belo-Horizontina.

O êxito da composição, segunda colocada no (FIC) de 1967, fixou de vez o nome de autor recém-chegado de Belo Horizonte, nos grandes centros do país. E foi ainda Travessia com uma letra bilíngue e rebatizada Bridges, que lançou Milton no mercado Americano.

Travessia

Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar

Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar

Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver

Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu canto, vou querer me matar

leo

 

Leo dos Monges

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Curiosidades Musicais: Paulo Diniz

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Paulo Diniz, nasceu em Pesqueira – PE, em 24 de janeiro de 1940. Orfão de pai, dos 12 aos 16 anos trabalhou numa fábrica de doces da sua cidade.

Iniciou sua carreira no Recife, trabalhando como Crooner e baterista em casas noturnas. Ainda no Recife, trabalhou como locutor e ator na rádio. Depois foi morar no Ceará para trabalhar como ator. Em 1964, foi para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar na Rádio Tupi como locutor. Durante algum tempo, chegou a ser locutor esportivo. E nessa época passou a compor com mais frequência. Sua primeira gravação foi em 1966 com a música O Chorão. Em 1967, passou a conviver com Paulinho da Viola, Caetano Veloso e outros artistas. Em 1970, laçou o LP “Quero Voltar para a Bahia”, onde também se destaca a música “Um Chopp para Distrair”, ambas de sua parceria com Odibar. A música “I Want to GO back to Bahia” é uma homenagem a Caetano Veloso, que estava exilado em Londres. No ano seguinte gravou (Paulo Diniz) no qual fez sucesso com “O meu amor Chorou” e “Pingos de Amor”.

Ao longo de sua carreira, musicou vários poemas de poetas Brasileiros, entre eles, Carlos Drummond de Andrade “E Agora José?”, Manoel Bandeira “Vou-me Embora pra Pasárgada”, Gregório de Matos “Definição de Amor”, Jorge de Lima “Essa Nega Fulô” e Augusto dos Santos “Versos Íntimos”.

Suas músicas foram gravadas por vários interpretes, entre eles, Fagner, Simone, Emílio Santiago, Clara Nunes, Elizeth Cardoso… entre 1987 a 1996 por motivo grave de saúde, não gravou nenhum disco. Em 1997, morando no Recife, retornou sua carreira parcialmente recuperado, até pouco tempo, Paulo Diniz continuava fazendo shows, mesmo em cima de uma cadeira de rodas, pois uma doença o tornou paraplégico. Porém o vozeirão continuava intacto.

A informação que tenho é que Paulo Diniz hoje mora em Boa Viagem.

Um Chopp para Distrair

Ela passou,
Deixando um sorriso no chão
Deu um banho de beleza nos meus olhos
E aí começou o verão
Mil cores pintando o painel
Copacabana…

Ela parou,
Na loja de discos e escutou
A canção que eu fiz pra ela
A minha mensagem de amor
É tudo que eu tenho pra dar
Chorei de amor,
Eu sei, chorei de amor
E um chopp pra distrair…

Um chopp pra distrair,
Um chopp,chopp, pra distrair..

leo

 

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Curiosidades Músicais: ANTONIO MARCOS – por Leo dos Monges

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Antonio Marcos Pensamento da Silva (Antonio Marcos), nasceu em São Paulo, 8 de novembro de 1945.

Trabalhou como Office-boy, vendedor de varejo e balconista de loja de calçados, passando pelos programas de calouros, para chegar ao Rádio e finalmente à televisão.

De 1960 a 1962, destacou-se no programa Estevam Sangirardi, cantando, tocando violão e fazendo humorismo. Gravou seu primeiro disco pela RCA, como integrante do conjunto os iguais, tornando-se solista e fazendo sucesso com a música Tenho Um Amor Melhor que o Seu de Roberto e Erasmo Carlos, que reapareceu em seu primeiro LP e vendeu mais de 300 mil cópias.

A partir daí, surgiram outros sucessos, como Oração de Um Jovem Triste e Como Vai Você. Atingiu seu maior sucesso em 1973, com O Homem de Nazareth (Cláudio Fontana). Um de seus últimos sucessos foi a canção-tema de O Profeta, telenovela da TV Tupi na qual participava sua futura esposa Débora Duarte. Já casado com a atriz, participaria com ela da telenovela da TV Bandeirantes, Cara a Cara, na qual também interpretava a canção-tema.

Tem oito Lps em português e quatro em castelhano, além de gravações feitas no exterior.

A última música gravada por Antonio Marcos foi (Por Amor) em 1992, uma versão de música Unchained Melody, do filme Ghost.

Antonio Marcos foi namorado da cantora Martinha. Sua primeira esposa foi a cantora Vanusa em 1972, com quem teve duas filhas Amanda e Aretha, depois com a atriz Débora Duarte, com quem teve a atriz Paloma Duarte. Depois com Rose sua terceira mulher teve o filho Pablo e finalmente, vivia com Ana Paula, filha de Cleonice Rossi Braga e enteada de Roberto Carlos.

A menina de trança da música existiu na juventude de Antonio Marcos, morando e estudando em São Miguel Paulista começava a namorar a jovem Maria Aparecida, mais conhecida como Cidinha a menina de trança.

Antonio Marcos escrevia, falava e compunha coisas maravilhosas. Um dia eu disse a ele que parasse de beber, ou morreria. Ele respondeu: – “Eu não vou morrer nunca, só vou ficar encantado!” (do livro de Vanusa – A Vida não pode ser só isso!).

Antonio Marcos tinha algumas paixões. Dona Eunice, sua mãe, era a primeira. Outras gaivotas, Jonh Lennon, Pablo Neruda – colocou o nome de Pablo no filho que teve com Rose, a sua terceira mulher, outra paixão: palhaços. Amava palhaços. Foi dele essa frase: “Todos nós somos palhaços do grande circo que é o mundo!”.

Em 1991 pretendia lançar um LP contendo uma versão de Imagine, de Jonh Lennon, mas Yoko Ono, viúva de Jonh, vetou a versão, o que, aliado à falência da gravadora (Esfinge),impediu o lançamento do disco.

Morreu em 05 de abril de 1992 aos 46 anos, vítima de insuficiência hepática, causada pelo alcoolismo.

O HOMEM DE NAZARETH

Mil novecentos e setenta e três
Tanto tempo faz que ele morreu
O mundo se modificou
Mas ninguém jamais o esqueceu…

E eu, sou ligado no que Ele falou
Sou parado no que Ele deixou
O mundo só será feliz
Se a gente cultivar o amor…

Hey irmão, vamos seguir com fé
Tudo que ensinou
O Homem de Nazareth…(2x)

Reis e rainhas que esse mundo viu
Todo o povo sempre dirigiu
Caminhando em busca de uma luz
Sob o símbolo de sua cruz…

E eu, sou ligado no que Ele falou
Sou parado no que Ele deixou
O mundo só será feliz
Se a gente cultivar o amor…

Hey irmão, vamos seguir com fé
Tudo que ensinou
O Homem de Nazareth…(2x)

Ele era um Rei
Mas foi humilde o tempo inteiro
Ele foi filho de carpinteiro
E nasceu em uma manjedoura
Não saiu jamais
Muito longe de sua cidade
Não cursou nenhuma faculdade
Mas na vida Ele foi doutor…

Ele modificou o mundo inteiro
Ele modificou o mundo inteiro
Ele modificou o mundo inteiro
Ele revolucionou o mundo inteiro…

Hey irmão, vamos seguir com fé
Tudo que ensinou
O Homem de Nazareth (4x)

leo

 

Leo dos Monges

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CURIOSIDADES MUSICAIS: A HISTÓRIA DAS AVE MARIAS

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A Ave Maria é uma oração da Igreja Católica de saudação a Maria. Foi escrita originalmente em Latim, baseada do Evangelho de Lucas. Com o passar dos anos, ela foi traduzida para vários idiomas. As Ave Marias mais conhecidas são: com a melodia criada pelo Francês Charles Gounod (Ave Maria de Gounod), cantada em Latim e com a melodia do Austríaco Franz Peter Schoubert (Ave Maria de Schoubert) cantada em Alemão.

Vários outros compositores escreveram música para o texto da Ave Maria; entre eles o alemão Johann Sebastian Bach, o italiano Giuseppe Verdi e o também italiano Giacomo Puccini.

A Ave Maria de Gounod/Bach é uma das composições mais famosas e gravadas sobre o texto em Latim de Ave Maria, escrito pelo compositor Charles Gounod em 1859. Ele escreveu Ave Maria usando como base a harmonia e a textura do prelúdio nº 1 em Dó Maior do livro I de O Cravo Bem Temperado, composta por Bach, cerca de 137 anos antes. Gounod adiciona um compasso de modo a suavizar a mudança rápida da harmonia do prelúdio.

Primeiramente escreveu uma melodia sobre o prelúdio de Bach, a qual deu o nome de meditação, Gounod uniu o texto de Ave Maria a esta melodia e dedicou a sua namorada. Conhecida como Ave Maria de Gounod, deveria ser também conhecida com Ave Maria de Gounod e Bach. A curiosidade é que Bach é um dos principais compositores protestante da História. Gounod no final de sua vida se dedicou a música religiosa, chegando a compor o Hino do Vaticano. A música é então uma parceria entre um protestante e um católico.

A popular canção católica Ave Maria de Franz Schoubert, na verdade, originalmente, não tinha a letra do Ave Maria em Latim. A letra faz menção à uma canção do poema épico popular de Walter Scott (A Dama do Lago), em uma tradução alemã por Adam Storck e portanto, faz parte do Liedrzyklus Vom Fraulein Vom See (Ciclo de canções para A Dama do Lago), de Schoubert em 1825. A letra refere-se a Ellens Gesang III (a terceira canção de Ellen – Hino à Virgem). As palavras de abertura e o refrão da música de Ellen, o Ave Maria, pode ter levado a ideia de adaptação da melodia de Schoubert como uma definição para o texto integral da tradicional oração católica Ave Maria. A versão latina do Ave Maria é agora tão frequentemente usada com a melodia de Schoubert que levou ao equívoco de se pensar que originalmente a melodia foi feita para o Ave Maria.

Ave Maria de Schoubert – na voz de Helene Fischer

leo

 

Leo dos Monges

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Curiosidades Musicais: ARACY DE ALMEIDA – por Léo dos Monges

Aracy de Almeida

Aracy Teles de Almeida – Aracy de Almeida – nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de Agosto de 1914.

Conhecida também no meio artístico como, Araca, Dama da Central (do Brasil), por somente viajar de trem, Dama do Encantado pelo bairro em que morou e o Samba em pessoa.

Além de interpretar suas músicas, teve uma convivência muito grande com o poeta da Vila (Noel Rosa).

“Aracy de Almeida é, na minha opinião, a pessoa que interpreta com exatidão o que eu produzo.” Noel.

Foi jurada do programa, Show de Calouros do Silvio Santos, ao lado de especialistas, como José Fernandes, a cantora Cláudia Barroso, o compositor Alfredo Borva, o Jornalista Décio Piccini, Pedro de Lara, Nelson Rubens, Sonia Lima, Vagner Montes entre outros.

Aracy era filha de uma família Protestante, o pai Baltazar Teles de Almeida, era chefe de trens da Central do Brasil e a mãe, Dona Hermogênea, dona de casa.

Aracy costumava cantar Hino Religioso na Igreja Batista e, escondida dos pais, cantava música de entidades em Terreiro de Candomblé e no Bloco Carnavalesco Somos de Pouco Falar, “mas isso não rendia dinherim”, como Aracy dizia.

Em 1934, gravou o seu primeiro disco, pela Colombia, com a música Em Plena Folia de Julieta de Oliveira. Em 1935 assinou seu primeiro contrato com a Rádio Cruzeiro do Sul e gravou seu Riso de Criança, composição de Noel Rosa, de quem se tornaria a principal intérprete.

Em 1937, atuou na Rádio Nacional e destacou-se com os sambas, Tenha Pena e Mim (Ciro de Sousa e Babau), Eu Sei Sofrer (Noel Rosa e Vadico) e Último Desejo (Noel Rosa), que faleceu nesse ano. Foi, ao lado de Carmem Miranda, a maior cantora de samba dos anos 30. Depois de atuar com sucesso na Boate Vogue em Copacabana na Década de 40, entre 1950 a 1951, gravou dois álbuns dedicados a Noel Rosa, que seriam responsáveis pela reavaliação da obra do Poeta da Vila.

Em 1965, fez vários shows. Com o aparecimento da Bossa Nova, os cantores de Samba, já não eram tão requisitados.

Aracy trabalhou em vários programas de televisão: Programa do Bolinha; na TV Tupi, com Mário Montalvão; na TV Globo, com a Buzina do Chacrinha; no Programa Silvio Santos; Programa da Pepita Rodrigues, no Almoço com as Estrelas, entre outros.

Aracy contraiu um edema pulmonar. Depois de dois meses em coma, melhorou por dois dias, e, num súbito aumento arterial, faleceu no dia 20 de junho de 1988, aos 73 anos.

Interpretou diversas músicas, principalmente as de Noel Rosa, entre elas: Palpite Infeliz, Tenha Pena de Mim, Eu Sei Sofrer, Último Desejo, Feitiço da Vila, Camisa Amarela, Fez Bobagem, Não me Diga Adeus, Três Apitos, Conversa de Botequim.

CONVERSA DE BOTEQUIM (ARACY DE ALMEIDA)

AUTOR: VADICO E NOEL ROSA


Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d’água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão,
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas,
Um isqueiro e um cinzeiro

Seu garçom faça o favor de me trazer depressa…

Telefone ao menos uma vez
Para três quatro quatro três três três
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empresta algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure esta despesa
No cabide ali em frente
Seu garçom faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo e um copo d’água bem gelada
Feche a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

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Curiosidades Musicais: Luiz Ayrão – por Léo dos Monges

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Luiz Gonzaga Kedi Ayrão – Luiz Ayrão – nasceu no Rio de Janeiro em 19 de janeiro de 1942.

Filho de Darcy Ayrão músico e compositor que faleceu em 1955. Na casa de seu tio, Juca de Azevedo, saxofonista, costumavam frequentar grandes artistas, como Pixinguinha e João da Baiana.  E foi nesse ambiente que Luiz Ayrão cresceu. Foi também através de seu tio que aos 20 anos ele passou a conhecer vários outros artistas, entre eles, Ataulfo Alves, Osvaldo Santiago e Humberto Teixeira. Formou-se em Direito e atuou como advogado e procurador do BEG – Banco do Estado da Guanabara.

Em 1963 compôs sua primeira canção “Só Por Amor”, gravada por Roberto Carlos, que também gravou em 1966 “Nossa Canção”. Um dos maiores sucesso romântico do cantor.

Em 1973 em homenagem à Portela, gravou a música “Porta Aberta” de sua autoria e foi seu primeiro sucesso como cantor.

Em 1975, lançou o disco Missão, que teve como sucesso as músicas “Bola Dividida”, de sua autoria e “Saudade da República”, de Artúlio Reis.

Ainda em 1978, gravou o LP O Povo Canta, interpretando “Jogo Perigoso” também de sua autoria, “Amor Dividido” e “Violão Afinado”, ambas em parceria com Sidney da Conceição.

Participou de muitos programas de televisão, tendo gravados vários discos e ganho muitos prêmios. Participou de vários shows em países da América Ltina, Estados Unidos da América, Itália, França e Japão.

Duas grandes paixões de Luiz Ayrão além da música são, o futebol, torcedor fanático do flamengo e a Escola de Samba Portela.

Entre seus grandes sucessos, podemos destacar: O Lencinho, Porta Aberta, Nossa Canção, Amantes, Águia na Cabeça, Bola Dividida, Conto Até Dez, O Lobo da Madrugada, Quero que Volte e Amor Dividido.

AMOR DIVIDIDO (LUIZ AYRÃO)
AUTOR: (LUIZ AYRÃO E SIDNEY DA CONCEIÇÃO).

Deixa amor
Que e te aperte em meus braços
Que te sinta nos compassos
Da batida do meu coração

Quero amor
Me embriagar de desejos
Me afogar nos seus beijos
Num vendaval de paixão

Esqueça amor
Aquele mundo lá de fora
O importante agora
É nos amarmos muito
Amor lhe pouco importa
Que por detrás daquela porta
Divida o nosso amor

Mas eu sei que um dia não vai ter mais despedidas
Vamos ficar juntos pra toda vida
Ninguém mais vai nos separar

Meu amor

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Curiosidades Musicais: Pietro Mascagni – por Léo dos Monges

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Pietro Mascagni, nasceu em Livorno – Roma, 7 e de Dezembro de 1863.

Estudou com Alfredo Soffredini. Sua obra mais conhecida é a Ópera Cavalleria Rusticana, baseada no texto do escritor Giovanni Verga. Mascagni se destacou no período musical na Ópera conhecido como Verismo.

Compôs dezessete óperas, atualmente só as óperas Cavalleria Rusticana e L’Amico Frizt continuam no repertório musical. As óperas Guglielmo Radcliff, I Rantzan e Nerone foram escritas em homenagem a Benito Mussolini. Mascagni era declaradamente facista, foi o musico oficial do Partido Facista. Morreu subitamente no hotel Plaza de Roma, em 02 de Agosto de 1945.

Composições: Cavalleria Rusticana, L’Amico Frizt, Iris, Izabeau, Zaneto, Nerone, Sancta Maria entre outras.

Jordânia, Sancta Maria da Ópera Cavalleria Rusticana um grande abraço.

SANCTA MARIA (ANDREA BOCELLI)
AUTOR: PIETRO MASCAGNI

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Curiosidades Musicais: GERALDO PEREIRA – por Léo dos Monges

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Geraldo Theodoro Pereira – Geraldo Pereira – nasceu em Juiz de Fora (MG), 23 de abril de 1918.

Tinha uns onze anos quando, chamado pelo irmão, Manuel Araújo, viajou para o Rio de Janeiro, e subiu pela primeira vez o morro da mangueira.

– Mano, a coisa é assim… Mané Araújo, ferroviário, viajava muito, e chamaria o irmão para ser uma espécie de chefe de família substituto, para cuidar das duas mulheres que viviam com ele: A mãe de ambos e uma filha pequena de Manuel.

No morro, Geraldo tornou-se adulto depressa. Casou-se com Eulíria Pereira pouco depois de terminar o curso primário. Para o sustento, andou trabalhando numa tendinha, um daquele botecos do morro. Começou com a música ouvindo o irmão tocar sanfona, adolescentes ainda, já compunha sambas para escola Unidos da Mangueira, hoje extinta. Logo fez amizades com os bambas do morro e aprendeu violão com Cartola e Aloísio Dias.

Contudo, mais que o samba propriamente dito, era a boêmia que atraía a Geraldo. Como a mãe, que bebia muito (e quando bebia dava vexame), Geraldo apreciava o copo. E havia também as cabrochas, pois a mulher, Eulíria, já ia sendo posta de lado.

Aos 18 anos, deixou o morro para viver no subúrbio de Engenho de Dentro. Logo depois mudou-se para a Lapa. Na Lapa, emprego novo, foi trabalhar na Prefeitura do Rio como motorista de caminhão de limpeza urbana. Passou a frequentar os bares da cidade, inclusive o Café Nice, ponto de encontro de sambista e da Boêmia Carioca. Com parceria de Nelson Teixeira, compôs o samba Se Você Sair Chorando, gravado em 1939 em disco Odeon pelo cantor Roberto Paiva. Inscrita no concurso de músicas de carnaval em 1940 o samba se classificou entre os vinte finalistas e é bom que se observe: até Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, entrou na disputa. A música vencedora foi Ó, seu Oscar, de Ataulfo Alves e Wilson Batista. Mas, se você sair chorando conquistou um ótimo lugar na classificação geral. Foi a primeira música de Geraldo Pereira gravada e de certa maneira seu primeiro sucesso.

Ainda em 1940, compôs, de parceria com Wilson Batista, o samba de breque Acertei no Milhar, gravado na Odeon por Moreira da Silva. Por essa época vivia com Isabel, inspiradora de muitos dos seus sambas, entre eles Acabou a Sopa (com Augusto Garcez). Gravado em 1940 na Victor, marcou o início de sua amizade com Ciro Monteiro, que se tornaria um de seus mais fiéis intérpretes e o principal divulgador de suas obras. Sambista inovador da MPB, criou o samba sincopado que influencia a Bossa Nova anos mais tarde.

De 1941 a 1947, Geraldo teve gravados uns quarenta sambas. Entre seus parceiros estavam, Marino Pinto, Augusto Garcez, J. Portela, Ary Monteiro, Jorge de Castro, Arnô Provenzano, Djalma Mafra, Elpídio Viana e Raul Longras.

Entre os intérpretes, Roberto Paiva, Aracy de Almeida, Isaura Garcia, Odete Amaral, Alíbio Lessa, Jorge Veiga, Anjos do Inferno, Quatro Ases e Um Coringa.

Geraldo Pereira, morreu no dia 08 de Maio de 1955, aos 37 anos, dias depois de uma briga com o famoso travesti da Lapa “Madame Satã”, devido a uma hemorragia interna. (Madame Satã era natural de Glória do Goitá – PE).

Autor de grandes composições como: Se Você Sair Chorando, Falsa Baiana, Você Está Sumido, Sem Compromisso, Bolinha de Papel, Que Samba Bom, Escurinha, Escurinho, Acabou a Sopa, A Voz do Morro, Acertei no Milhar e tantas outras mais.

Falsa Baiana, este samba é considerado o maior sucesso de Geraldo Pereira, ele inspirou-se na fantasia de Baiana usada pela esposa de Roberto Martins no Carnaval de 1943. “Ela não sabia sambar- Conta Roberto – e, apesar do traje, estava longe de parecer uma verdadeira Baiana. Daí nasceu a Falsa Baiana.

FALSA BAIANA (MARIENE DE CASTRO)

AUTOR: GERALDO PEREIRA

Baiana que entra na roda e só fica parada 
Não canta, não samba, não bole nem nada 
Não sabe deixar a mocidade louca 
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira 
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras 
Deixando a moçada com água na boca 
A falsa baiana quando entra no samba 
Ninguém se incomoda, ninguém bate palma 
Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba 

Salve a Bahia, senhor* 

Mas a gente gosta quando uma baiana 
quabra direitinho, de cima embaixo 
Revira os olhinhos dizendo 

Eu sou filha de São Salvador*

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Curiosidades Musicais: Sinhô – por Léo dos Monges

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José Barbosa da Silva – Sinhô – nasceu na Rua do Riachuelo no Rio de Janeiro, no dia 08 de setembro de 1888. Filho do pintor Ernesto Barbosa da Silva, era um mestre pintor o que naquele tempo significava um pintor de paredes “melhorado”, isto é, um profissional capaz de reproduzir a óleo, paisagens de folhinhas ou quadros históricos em paredes de botequim ou sedes de clubes recreativos.

O maior desejo do pintor Ernesto Barbosa, desde que o filho José começou a deitar as beiçolas de fora, foi transformá-lo também num grande flautista. O moleque, porém, já pelos seus catorze anos, demonstrava de fato muita tendência para levar a vida na flauta, mas não é no sentido que o pai imaginava. Sua grande vocação eram as aventuras de rua, ao lado dos bandos de moleques do bairro. Desses grupos faziam parte garotos como o pretinho João da Baiana e o vendedor de roletes de cana José Luiz de Moraes e que todos conheciam por caninha doce ou simplesmente caninha.

O pintor Ernesto Barbosa, inconformado com a falta de sopro de José para os altos desígnios da arte, chegava ao extremo de esconder-lhe as calças deixando-o apenas de camisola para obrigá-lo a ficar estudando dentro de casa. Com apenas dezessete anos Sinhô resolve apaixonar-se por uma moça do bairro do Catete, e tantas histórias bonitas lhe conta, que afinal a conquista e seduz. A moça, a portuguesa Henriqueta Ferreira, de dezesseis anos.

Em 1905 Sinhô começava a ensaiar-se com pianista. Jose Barbosa da Silva começou uma peregrinação de bairro em bairros, arrastando ao seu lado a inocente Henriqueta. Desde o início da experiência Marital, em uma casa de São Francisco Xavier, para onde levou inicialmente Henriqueta. O casal tiveram três filhos: Durval, Ida e Odális. Novamente no centro da cidade, em 1909. Em 1914, morre Henriqueta, deixando-o com três filhos, José irá entregar-se definitivamente à boêmia que nunca pudera deixar, ao menos como parece indicar um anúncio do Dragão clube Universal, do largo do Catumbi, que em 1910 o apontava como o seu pianista.

A partir da viuvez, de qualquer forma, ia desaparecer de uma vez por todas o homem que não tinha jeito para a flauta nem para pai de família, surgindo em seu lugar J. B. da Silva – o pianista e compositor Sinhô, que o grupo carnavalesco dançante Netinhos do Vovô já podia anunciar como responsável pela animação de seu baile da noite de 14.01.1915.

Jose Barbosa, aos 26 anos, lançava-se para fama como pianista, tocando em clubes da chamada cidade nova, que tinha como centro a famosa praça 11 de junho. O início da carreira de Sinhô como compositor de sambas carnavalescos em 1918, com o samba Quem são Eles?, estava destinado a revelar no filho do velho pintor Ernesto um talento que o pai jamais teria suspeitado naquele moleque vadio que prendia em casa, de camisola: a capacidade de autopromoção.

Sinhô teve Mário Reis, como seu intérprete preferido e para Heitor dos Prazeres, Sinhô era o “Rei dos meus Sambas”.

Morreu em decorrência da Tuberculose, no Rio de Janeiro, no dia 4 de agosto de 1930.

Compôs várias músicas, entre elas.

O pé de Anjo, Sai da Raia, Não Quero Saber mais Dela, Alegrias de Caboclo, Gosto que me Enrosco, Cansei, Jura…

Jura foi o primeiro triunfo fonográfico de Mário Reis, apesar da gravação de Aracy Cortes, que é do mesmo ano. Atribui-se o samba (feito especialmente para o estilo macio e confidencial de Mário Reis) a uma “Dor-de-Cotovelo” de Sinhô.

JURA (ZECA PAGODINHO)

Autor: Sinhô


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Curiosidades Musicais: Ismael Silva – por Léo dos Monges

Ismael Silva

Milton de Oliveira Ismael Silva, nasceu em Niterói no dia 14 de Setembro de 1905.

Ismael Silva não era do Estácio de Sá e sim da praia de Jurujuba, Niterói, onde nasceu. Aos três anos morreu-lhe o pai, o operário Benjamim da Silva, que deixou de herança para a mulher, Dona Emília Corrêa Chaves apenas cinco filhos para criar. Ismael era o filho mais novo do casal. Dona Emília foi para o Estácio, lugar de gente pobre como ela. Mas, para ganhar a vida lavando roupa, teve de distribuir a criançada entre os parentes. O pequeno Ismael foi viver com a tia Carola na Rua São Diniz, na subida do morro de São Carlos. Só aos seis ou sete anos voltou a morar com a mãe e os irmãos, na Rua do Bispo, no Rio Comprido, a um passo do Estácio.

Para estudar, Ismael teve que criar um caso. A mãe era analfabeta, não sabia como era importante fazer os filhos aprender a ler e escrever. Além disso, trabalhava o dia inteiro, não tinha tempo para levar as crianças à escola. O pequeno Ismael via os outros garotos estudando. Todo dia pedia a mãe para levá-lo. Todo dia Dona Emília repetia a mesma resposta:

– Amanhã eu levo.

Um dia o próprio Ismael resolver a o problema. Sem ninguém da casa saber, foi a uma escola e entrou na primeira sala que encontrou. A professora espantou-se ao ver o pequeno estranho parado junto à porta: um crioulinho sujo, raquítico. Talvez quisesse uma esmola.

– O que você quer, menino?

– Eu quero estudar, aprender a ler.

O espanto da professora foi maior ainda, mas no dia seguinte Ismael estava matriculado e já de livro na mão. A vontade de aprender era tanta que ele logo se destacou como aluno aplicado, passando na frente dos outros. Terminou o primeiro livro antes de todos, ficou então com o encargo de tomar conta dos alunos mais atrasados, ensinando-lhes o que já aprendera. Ia sempre ao quadro negro, para ensinar tabuada aos colegas.

Aos 15 anos Ismael fez o seu primeiro samba, “Já Desisti”, que nunca foi gravado.

Em 1925, aos vinte anos, Ismael Silva lança seu primeiro sucesso, Me Faz Carinho, gravado pelo pianista Cebola (Orlando Tomás Coelho). É o começo da conquista da cidade, depois de já conquistado o Estácio, onde ele era conhecido em todas as rodas de samba.

Em 1928 Ismael e seus companheiros do Estácio formaram um bloco chamado “Deixa Falar”, que desfilou em 1929 ao som de um ritmo mais acelerado do que o ritmo dos ranchos, com surdos e tamborins marcando esse novo andamento, o samba. Esse bloco foi o precursor das escolas de samba.

O sambista Ismael Silva participou de uma série de shows em universidades, sendo reconhecido como um mito da MPB, ou ainda nas palavras de Vinicius de Moraes, “São Ismael”, um apelido carinhoso.

O bloco “Deixa Falar” seria em escola de samba, pois formaria professores de samba! A Escola desfilou de 1929 a 1931, e consta que não teve continuidade pela perda de dois de seus fundadores, Nilton Bastos, que morreu de tuberculose em 8 de setembro de 1931 e Edgar Marcelino, que foi assassinado numa roda de jogo em 25 de dezembro do mesmo ano. Desiludido, Ismael mudou-se para o centro, e a escola, que já tinha plantado a semente das escolas de samba, teve seu precoce fim.

Enfim, desapareceu. Houve até quem o julgasse morto. Sozinho, triste, sem dinheiro, perambulou por aí. Sabe-se que foi morar com uma irmã e alguns sobrinhos, mas de repente desapareceu. E só voltou ao convívio dos amigos e familiares a partir da década de 50, quando teve seu grande sucesso “Antonico” gravado por Alcides Gerardi.

1963 ficou muito doente, sofrendo com uma úlcera varicosa.
em 1964 fez algumas apresentações no Zicartola. A genialidade de Ismael está contida em suas músicas. Sua obra influenciou diversos compositores de várias décadas, entre tantos, Chico Buarque.

Em dezembro de 1977 Ismael foi operado da úlcera varicosa que tinha na perna. No ano seguinte, um pouco antes do carnaval, teve princípio de enfarte, mas foi socorrido a tempo. Mas, em 14 de março de 1978, um fulminante ataque cardíaco o levou. Ismael Silva compôs mais de uma centena de músicas, a maioria sambas, e poucas marchas. Entre elas: Ao Romper da Aurora, Antonico, Me Faz Carinho, Adeus, Se Você Jurar, Uma Jura que eu Fiz, Contrastes…

Marginalizado, no fim dos anos 30. Ismael perdeu o apoio de cantores como Chico Alves e Mário Reis, que haviam sido de importância fundamental em seus dias de Glória, divulgando o que ele fazia. Em 1950, afinal, fez as pazes com o sucesso, através desse samba, gravado por Alcides Gerardi, que tornou Ismael conhecido pela nova geração.

“Antonico” Mostra uma conformação do compositor aos novos tempos: Seu ritmo é mais moderado e a letra não faz referência a amores sofridos. Agora, certo Antonico é solicitado a ajudar um tal Nestor, “que está vivendo em grande dificuldade” – Como Ismael, que na época passava por dificuldades financeiras.

ANTONICO.

AUTOR: ISMAEL SILVA

Ô Antonico
Vim lhe pedir um favor
Que só depende de sua boa vontade
É necessária uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele é aquele que na escola de samba
Toca cuíca, toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim

Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguém faz o que ele faz
Eu hei de vê-lo muito bem
Se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer

leo

 

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Curiosidades Musicais: Paulo Diniz – por Léo dos Monges

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Paulo Diniz, nasceu em Pesqueira – PE, em 24 de janeiro de 1940. Orfão de pai, dos 12 aos 16 anos trabalhou numa fábrica de doces da sua cidade.

Iniciou sua carreira no Recife, trabalhando como Crooner e baterista em casas noturnas. Ainda no Recife, trabalhou como locutor e ator na rádio. Depois foi morar no Ceará para trabalhar como ator. Em 1964, foi para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar na Rádio Tupi como locutor. Durante algum tempo, chegou a ser locutor esportivo. E nessa época passou a compor com mais frequência. Sua primeira gravação foi em 1966 com a música O Chorão. Em 1967, passou a conviver com Paulinho da Viola, Caetano Veloso e outros artistas. Em 1970, laçou o LP “Quero Voltar para a Bahia”, onde também se destaca a música “Um Chopp para Distrair”, ambas de sua parceria com Odibar. A música “I Want to GO back to Bahia” é uma homenagem a Caetano Veloso, que estava exilado em Londres. No ano seguinte gravou (Paulo Diniz) no qual fez sucesso com “O meu amor Chorou” e “Pingos de Amor”.

Ao longo de sua carreira, musicou vários poemas de poetas Brasileiros, entre eles, Carlos Drummond de Andrade “E Agora José?”, Manoel Bandeira “Vou-me Embora pra Pasárgada”, Gregório de Matos “Definição de Amor”, Jorge de Lima “Essa Nega Fulô” e Augusto dos Santos “Versos Íntimos”.

Suas músicas foram gravadas por vários interpretes, entre eles, Fagner, Simone, Emílio Santiago, Clara Nunes, Elizeth Cardoso… entre 1987 a 1996 por motivo grave de saúde, não gravou nenhum disco. Em 1997, morando no Recife, retornou sua carreira parcialmente recuperado, até pouco tempo, Paulo Diniz continuava fazendo shows, mesmo em cima de uma cadeira de rodas, pois uma doença o tornou paraplégico. Porém o vozeirão continuava intacto.

A informação que tenho é que Paulo Diniz hoje mora em Boa Viagem.

Um Chopp para Distrair

Ela passou,
Deixando um sorriso no chão
Deu um banho de beleza nos meus olhos
E aí começou o verão
Mil cores pintando o painel
Copacabana…

Ela parou,
Na loja de discos e escutou
A canção que eu fiz pra ela
A minha mensagem de amor
É tudo que eu tenho pra dar
Chorei de amor,
Eu sei, chorei de amor
E um chopp pra distrair…

Um chopp pra distrair,
Um chopp,chopp, pra distrair..

leo

 

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Curiosidades Musicais: RENATO E SEUS BLUE CAPS

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O “embrião” do conjunto Renato e Seus Blue Caps são os três irmãos da família Barros: Renato, Paulo Cezar e Edson (Ed Wilson). No final dos anos 50, influenciados pelo gosto musical da família, e pelo Rock´n Roll de Elvis, Litle Richard e Bil Halley, os rapazes começaram a imaginar que poderiam participar de programas de Rádio, fazendo mímica das músicas de sucesso, algo que era bastante comum naquela época. Após uma apresentação desastrosa na Rádio Mayrink Veiga, no programa “Hoje é dia de Rock”, de Jair Taumartugo, passaram a se dedicar à música ao vivo. Até aí não havia sido formado um conjunto e haviam adotado o nome de “Bacaninhas do Rock da Piedade”, numa alusão ao bairro em que foram criados, no Rio de Janeiro. Logo se juntaram aos irmãos barros os amigos Euclides (Guitarrista) e Gélson (Baterista) e o saxofonista Roberto Simonal (irmão do cantor Wilson Simonal).

Já com o nome de Renato e seus Blue Caps, inspirado em Gene Vicent, o grupo se apresentou no mesmo programa, tocando e cantando “Be Bop a Lula”, e obteve o primeiro lugar da semana e posteriormente, o prêmio do melhor do mês. Ainda em 1960 gravaram o primeiro disco de 78 rotações, pela gravadora ciclone, em que acompanhavam o grupo vocal “Os adolescentes”. Após uma participação no programa do Chacrinha, na TV Tupi, foram contratados pela Copacabana, onde lançaram dois 78 Rotações e dois Lp´s, em 1962 (Twist) e 1963, sendo que o estreante Toni foi o baterista neste segundo LP.

Em 1962, Edwilson parte para a carreira solo, e Erasmo Carlos, então secretário de Carlos Imperial, assume o posto de Crooner. Foi em 1963 que Renato e Seus Blue Caps teve o primeiro vínculo com a CBS, o grupo acompanhou Roberto Carlos nas gravações de Splish Splash e Parti na Contra Mão. Em 1964, graças à insistência de Roberto Carlos e Rossini Pinto, o grupo é contratado pela CBS, lançando um compacto duplo. A banda no começo de 1965, a gravadora CBS resolve, finalmente lançar mais um LP do conjunto. Em janeiro daquele ano, Renato Barros fez, sem muitas pretensões, a versão em português para a música “I Should Know Better”, dos Beatles, que recebeu o nome de “Menina Linda”. Logo a música entra nas paradas de sucesso, e projeta Renato e Seus Blue Caps em todo o país.

E a banda atinge o ápice de sua popularidade no final de 66, com o lançamento do LP “Um Embalo com Renato e Seus Blue Caps”. O disco de maior sucesso e vendagem na carreira do conjunto. Entre 1965 e 1969, foram lançados 6 Lp’s, todos atingindo altos índices de vendagem e execução em rádio.

Em 1974, a banda passa a cantar também com o vocalista Ivanílton, que mais tarde seria conhecido nacionalmente como (Michael Sullivan). É possível constatar a passagem marcante de Michael Sullivan pelo grupo, ouvindo os Lp’s de 1974 e 1976 (10 anos de Renato…). O primeiro ano da década de 80 trouxe como lançamento mais um compacto simples pela CBS, e no ano seguinte, mais um LP da banda, que tinha, entre as novidades, uma faixa com a participação de Zé Ramalho. A música, “Mr Tambourine Man”, versos para o clássico dos anos 60, foi a música de trabalho, e teve até direito a Clip exibido no Fantástico, da Rede Globo.

De 1983 a 1987 o conjunto ficou sem gravar, até que a volta aos lançamentos fonográficos se deu na Continental, com o LP “Batom Vermelho”, um sucesso de vendas e de execução, que trouxe o grupo novamente à mídia. Em 1995 a banda participou da coletânea 30 anos da Jovem Guarda.

Já em 2000, os Blue Caps participam de 3 Cds promocionais em homenagem a Roberto Carlos, e no final de 2001, o esperado disco ao vivo é lançado pela Warner, junto com mais 5 faixas inpeditas.

Vale destacar que Renato e Seus Blue Caps, jamais deixou de excursionar pelo país e realizar shows e apresentações.

Ex-integrantes

Paulo Cezar Barros, Carlos Coparroni, Ed Wilson, Roberto Simonal, Cláudio, Ivan Botticelli, Erasmo Carlos, Toni, Carlinhos, Mauro Motta, Pedrinho, Ivanílton, Scarambone e Marquinhos.

Fonte: Site oficial Renato e Seus Blue Caps.

MENINA LINDA

Ah! Deixa essa boneca, faça-me o favor
Deixe isso tudo e vem brincar de amor
De amor, hei hei hei de amor
Oh! Meu bem
Lembre que existe por ai alguém
Que tão sozinho, vive sem ninguém
Sem ninguém, sem ninguém
Menina linda eu te adoro
Menina pura como a flor
Sua boneca vai quebrar
Mas viverá o nosso amor
Oh! Meu bem
Deixa essa boneca, faça-me o favor
Deixe isso tudo e vem brincar de amor
De amor, hei hei hei de amor
Oh! Meu bem
Lembre que existe por ai alguém
Em
Que tão sozinho, vive sem ninguém
Sem ninguém, sem ninguém
Menina linda eu te adoro
Menina pura como a flor
Sua boneca vai quebrar
Mas viverá o nosso amor

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CURIOSIDADES MUSICAIS: PRA FRENTE BRASIL – POR LÉO DOS MONGES

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Pra Frente Brasil, música composta por Miguel Gustavo, que serviu de inspiração para a Copa do Mundo de 1970. A canção surgiu devido a um concurso, com premiação de dez mil cruzeiros, organizado pelos patrocinadores das transmissões dos jogos da Copa. Ricardo Cravo Albin afirma que o concurso fora patrocinado por uma cervejaria, enquanto Nara   Damante explica que o concurso tinha o patrocínio das anunciantes  Esso, Souza Cruz e Gillette, em parceria com a Rede Globo.

Segundo o compositor e trombonista Raul de Souza, em entrevista ao Jornal do Brasil em 2002, a melodia é de sua autoria, tendo Miguel Gustavo apenas escrito a Letra.

A Copa do Mundo de 1970 foi transmitida ao país todo pela primeira vez, via Embratel, os jogos da seleção, no México, puderam ser vistos pelos Brasileiros, e aqueles que tinham aparelhos adaptados, podiam até ver as imagens em cores.

PRA FRENTE BRASIL

Noventa milhões em ação
Pra frente, Brasil
Do meu coração

Todos juntos vamos
Pra frente, Brasil
Salve a Seleção!

De repente é aquela corrente pra frente
Parece que todo o Brasil deu a mão
Todos ligados na mesma emoção
Tudo é um só coração!

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Leo dos Monges

CURIOSIDADES MUSICAIS: FLÁVIO JOSÉ – POR LÉO DOS MONGES

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Flávio José Marcelino Remígio (Flávio José), compositor, cantor e acordeonista paraibano, nascido em Monteiro. Começou a cantar e tocar ainda na infância, influenciado por grandes nomes da música nordestina como Dominguinhos e Luiz Gonzaga. Ao longo de sua carreira profissional, iniciada nos anos 70, gravou diversos LPs e Cds, firmando-se como um dos grandes nomes do forró nordestino..

“Descendente de um família de músicos, na sua pequena Monteiro/PB, já aos 7 anos, este precoce artista fazia a sua iniciação no universo mágico das teclas. Aos 10 anos já tocava o seu pequeno fole de 24 baixos, animando as festinhas do lugar. Essas pequenas incursões festivas, foram o início da forja de um dos maiores ícones do Nordeste.

Flávio José é um predestinado cantador do amor e cantador das coisas e dos causos do seu universo. Um documentarista melodioso do seu tempo. Um caboclo sonhador que não se considera nem profeta nem tão pouco visionário, mas um anunciador previsível quando reforça que o diário desse mundo tá na cara, só não enxerga quem fecha os olhos para não ver.

Bom produtor tal e qual o bom jogador que conhece o jogo pela regra, Flávio José busca direcionar a sua produção confiante na sua sensibilidade artística e afinado unicamente com a cultura do seu povo, totalmente indiferente aos estratagemas ditados pelas indústrias de massa média.

A obra de Flávio José contrapõe-se abertamente ao jogo dessas indústrias culturais que fundamentadas em valores mercadológicos questionáveis, replicam em suas linhas de montagem um arremedo do forró, desfigurando, irreconhecível, totalmente destorcido, subjugado na essência por uma total inversão de valores.

Hoje, após 8 LPs, 17 Cds, milhares de shows e eventos, Flávio José possui uma carreira consolidada. Reverenciado como o Rei do Xote, permanece fiel ao estilo que abraçou, até os dias atuais. Essa fidelidade é retribuída pelo enorme carinho que lhe é devotado pelos inúmeros fãs. Para atendê-los, o artista promove em média 100 shows por ano.”

Fonte: (http://www.flaviojose.com.br/)

Alguns dos grandes sucessos, deste excelente cantor, compositor e intérprete da música popular Brasileira: Lembrança (Flávio José), Tareco e Mariola (Petrucio Amorim), Quando Bate o Coração (Accioly Neto), Sem Ferrolho e sem Tramela (Juarez Santiago), Espuma ao Vento (Accioly Neto), Saudade da Boa (Accioly Neto) Menino Chorão (Dorgival Dantas), Caboclo Sonhador (Maciel Melo), Quando olho pra Você (Flávio José – Ladja Betânia), Só o Tempo é quem vai Dizer (Flávio José), Amor de Verdade (Flávio José – Ladja Betânia).

TARECO E MARIOLA (FLÁVIO JOSÉ)
Autor: Petrucio Amorim.


Eu não preciso de você
O mundo é grande e o destino me espera
Não é você quem vai me dar na primavera
As flores lindas que eu sonhei no meu verão
Eu não preciso de você
Já fiz de tudo pra mudar meu endereço
Já revirei a minha vida pelo avesso
Juro por Deus não encontrei você mais não
Cartas na mesa
O jogador conhece o jogo pela regra
Não sabes tu eu já tirei leite de pedra
Só pra te ver sorrir pra mim não chorar
Você foi longe
Me machucando provocou a minha ira
Só que eu nasci entre o velame e a macambira
Quem é você pra derramar meu mungunzá
Eu me criei
Ouvindo o toque do martelo na poeira
Ninguem melhor que mestre Osvaldo na madeira
Com sua arte criou muito mais de dez
Eu me criei
Matando a fome com tareco e mariola
fazendo versos dedilhados na viola
Por entre os becos do meu velho Vassoural.

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Leo dos Monges

Curiosidades Musicais: Gilson Vieira da Silva – por Léo dos Monges

GILSON - ENCONTRO CASUAL (1987)

Gilson Vieira da Silva – Gilson, nasceu em Macau – RN.

Ainda criança, começou sua carreira na música. Em 1978 iniciou sua carreira profissional, como cantor e compositor.

Seu primeiro grande sucesso “Casinha Branca” em parceria (com Joran e Marcelo), aconteceu no seu primeiro LP pela CBS, no mesmo disco traz ainda de sua autoria: Andorinha, Fim de Primavera, Lembranças, Chuva…

Casinha Branca fez parte da trilha sonora da novela “Marrom Glacê”, chegou a ficar quase um ano nas paradas de sucesso, sendo uma das músicas mais executadas pelas rádios de todo país, regravada no Brasil e no exterior, chegou a vender mais de 500 mil cópias, recebendo o disco de ouro e platina.

Outras músicas de Gilson que também fizeram parte da trilha sonora de novelas como: “Andorinha”, em Cabloca, “A mesma porta” em Pluma e Paetês, “Chuva” em Olhai os Lírios do Campo, entre outras. Em 1981, lançou o seu segundo disco “Vitrine”. Em 1987 lançou pela RGE o LP “Encontro Casual”, nesse LP ele interpreta “Nossa Rua” em parceria com Carlos Colla, e também incluiu outras composições suas: Espiã, Pau ou Pedra, A noite vem e mais duas músicas de sucesso.

Vários cantores interpretaram suas músicas, entre eles: Vanderléia, Rose Mary, Martinha, Renato e seus Blue Caps, Carmen Silva…

Gilson já compôs vários sucessos como: Casinha Branca, Andorinha, Não Diga Nada, I Love You Baby, Fim de Solidão, Seu Jeito de Amar, Encontro Casual, Favo de Mel, Nossa História de Amor, Verdade China, essa grande sucesso na voz de Emilio Santiago, Um mais Um, gravada por Roberto Carlos, Tá Tudo Errado…

CASINHA BRANCA – GILSON

Eu tenho andado tão sozinho ultimamente
Que não vejo em minha frente
Nada que me dê prazer
Sinto cada vez mais longe a felicidade
Vendo em minha mocidade
Tanto sonho a perecer
Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer

Às vezes saio a caminhar pela cidade
À procura de amizades
Vou seguindo a multidão
Mas eu me retraio olhando em cada rosto
Cada um tem seu mistério
Seu sofrer,sua ilusão
Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer

Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer …

leo

 

 

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