Não vote no candidato honesto e trabalhador (mas leia pelo menos o primeiro parágrafo desse texto)

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Então, evidentemente não estamos fazendo uma apologia para que sejam eleitos os candidatos desonestos ou que não trabalham muito. Não é isso. E muito menos queremos dizer em quem você deve ou não votar. No entanto, estamos propondo uma rápida e simples análise do discurso sobre alguns “programas” de campanha que devem aparecer na próxima eleição (obrigado por ler o primeiro parágrafo).

Vamos lá…

Imagine que você é a pessoa do RH responsável pela contratação de alguém. E, na hora da entrevista, faz uma pergunta a um dos candidatos a vaga:

– Por que devo lhe contratar?

E recebe como resposta:

– Porque eu vou trabalhar e serei honesto.

Você contrataria essa pessoa? Quais são as reais credencias e capacidades desse candidato. Creio eu, nenhuma. Ele apenas se propõe a fazer o óbvio e essencial. Sendo assim, e seguindo essa lógica, por que numa campanha para cargos eletivos o “óbvio e essencial” recebe o sim?

Em breve terá início as propagandas eleitorais. E quando começar, pare por algum momento para analisar o quanto de candidato “propõem” que serão: “honestos” e “trabalhadores”. Certo. Lindo. Mas essa é sua obrigação!

A eleição é sempre uma oportunidade de renovação. E quando se fala em renovação é tanto no sentido de renovar quem demonstrou competência, como no de renovar ao mudar (e tirar) quem não mostrou. Porém, sempre deve-se buscar sair da mesmice. Até porque, se vai trocar algo é porque ele não funciona/serve trocar por algo igual seria ilógico. E sendo assim o óbvio não deve ser o diferencial.

Sim! São necessárias pessoas “honestas” e “trabalhadoras” na política, porém também é necessário que eles tragam programas (e propostas) definidas, pessoas que apresentem para sociedade (seja qual for sua posição ideológica) caminhos e realidades, que, só com a política podem ser alteradas. Não apenas um discurso vazio que leva do nada para lugar nenhum.

O discurso simples e vazio pode trazer armadilhas, por exemplo, muitos dizem: “nesse você pode confiar”. Sim. Mas confiar pra que? A partir do momento em que não se traz propostas reais, o conceito de confiança pode abranger qualquer coisa. Eu posso “confiar” que o político, quando eleito, não fará nada.

Então, se ele prometeu “ser honesto” e “trabalhador”, disse que “pode confiar em mim”, sem dizer pra que. Ou apenas falou que “é um homem do povo”, sem explicar o que de fato ele faz/fez pelo povo. Então… Se valoriza, miga, ele não tem nada de bom.

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