Carnavalização, Pornografia e Proibição

Você pode brincar Carnaval, não pode carnavalizar a vida. Carnaval é uma festa, não é uma lei, é escolha, não é obrigação. Brincar Carnaval não significa impor seu ritmo, sua vontade à vontade dos outros, submeter os demais aos seus caprichos.

O Carnaval teve origem na Grécia, foi adotado pela Igreja Católica e popularizou-se na Europa sem nenhuma correlação compornografia. Pornografia é desrespeito e sempre será. Você não pode extrapolar os limites de sua liberdade ao ponto de atropelar o direto do seu semelhante. Ninguém pode estar obrigado a ouvir tudo que você queira dizer ou fazer em qualquer lugar ou a qualquer momento. Sequer uma Música Clássica. Se você desfilasse tocando Bach ou Beethoven, não estaria cometendo uma pornografia, mas estaria obrigando o seu semelhante a ouvir aquilo que ele não queria.

Respeito ao próximo deve ser coisa ensinada na tenra idade e vivenciada no dia a dia. Respeito quando é imposto, mediante punição, é sinal de que as pessoas não foram educadas para respeitar. Por isso, tanta estranheza. Proibir pornografia não tem a ver com CENSURA, tem a ver com RESPEITO. Zelar pela educação das crianças é questão até de Saúde Pública.

É que a Imoralidade no Brasil foi dessubjetivada, passando a fazer parte de nossa cultura. Por isso, tanto arrepio mediante sua proibição.

Sosígenes Bittencourt

A origem dos “bichos” no nosso carnaval.

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Dias atrás peregrinei pelos vários programas carnavalescos produzidos pelas rádios locais. Nestes programas, na maioria das vezes fora do trancafiado Studio refrigerado, temos a oportunidade de encontrar diretores de agremiações das mais variadas tendências e estilos, assim como,  trocar ideias e impressões sobre nossa festa maior.

Em todos me foi ofertada a palavra para divulgar a nossa agremiação, A SAUDADE. Confesso que falar do carnaval, sobretudo o da minha terra, sempre é uma alegria renovada. Em um desses bate papo, na Rádio Vitória FM, tive o privilégio de ser entrevistado pelo amigo e conceituado comunicador, Francisco Lima.

Nesta ocasião, além de falar das promoções e preparativos da nossa agremiação – SAUDADE – me debrucei, um pouco,  sobre algumas histórias do nosso secular carnaval. Dentre as relatadas, estava o fato que  originou  a figura dos “BICHOS” no nosso carnaval.

Pois bem, narrei, entre outras coisas, que os primeiros folguedos carnavalescos organizados  em nossa cidade  tiveram origem  no século 19, algo em torno de 1880.

Outra coisa curiosa, que também relatei, é que antes de 1925 as agremiações carnavalescas da nossa cidade não possuíam nomes relacionados aos bichos ou qualquer associação ao MUNDO ANIMAL. Poderíamos citar, então, algumas delas: Cana Roxa, Fadista, Sociedade Carnavalesca Philocritica, Dezessete de Fevereiro, Chaleira, Espanadores, Abanadores, Vassouras e etc.

Pois bem, encontramos nos livros que relatam a história da nossa cidade, que o Clube Abanadores surgiu em 1902 e, pela sua organização e empolgação, foi logo batizado na cidade de o “papa clube”, isso porque, outros mais afamados não suportaram tamanha empolgação e força do Abanadores, optando assim, por não mais desfilarem.

Diante de tanto entusiasmo, foi num ensaio de rua, em 1925, ao recolher, que o Poeta Teopompo Moreira, em arrebatado discurso, apelidou, face a sua majestade, o Clube Abanadores de “ O LEÃO”.

Como resposta, os não menos entusiasmado seguidores do Vassouras, deu ao seu clube de coração – Vassouras –  a  alcunha de   “O CAMELO”, isso porque, “o bicho” é sinônimo de fortaleza e  resistência, acostumado a enfrentar, e vencer,  embates mesmo em situações adversas. Doravante, com a rivalidade estabelecida entre os Clubes Abanadores “O Leão” e o Vassouras “O Camelo”  o nome de  bichos passaram a ser referência constantes em nosso carnaval.

Aproveitei os microfones da Rádio Vitória FM, e a grande audiência que tem estes programas do gênero, sobretudo na “comunidade carnavalesca”, para pedir aos que estavam me ouvido, caso tivessem maiores informações sobre este assunto, me procurassem  depois para trocarmos algumas “figurinhas” sobre este tema.

Portanto, eis aí, algumas curiosidades sobre o nosso secular carnaval, que diga-se de passagem, configura-se em nossa FESTA MAIOR.

” Os Barrigas da Água” mantem tradição.

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Na manhã do domingo (08) participamos do desfile da Agremiação Carnavalesca “Os Barrigas da Água”. Primeiro, estivemos presente na concentração, tradicionalmente, no bairro Sítio do Meio. Por lá, encontramos a Diretoria que, de maneira animada, nos contou a como tudo começou. Veja o vídeo:

Depois de percorrer as ruas de vário bairros, “Os Barrigas” chegaram na Praça da Matriz com toda força e animação. Veja o vídeo:

Mais uma vez, parabenizamos a diretoria dos  “ Barrigas  da Água” pela continuidade deste projeto que tem como foco animar as comunidades onde a agremiação teve origem.

“As Virgens da Vitória” realizou seu 32º desfile.

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Na noite do sábado (08) a Agremiação Carnavalesca  “As Virgens da Vitória” levou para as ruas centrais da cidade um colorido todo especial. No seu 32º desfile “ As Virgens” manteve a tradição e realizou um desfile animado e irreverente.

Este ano a banda que animou os associados e o público em geral foi comandada pelo talentoso artista vitoriense Jonatha Chocolate. Veja o vídeo:

Alguns dos participantes capricharam na fantasia e houve até grupos que se fantasiou igual.  Veja as fotos. Galeria:

Internauta Cybelli Valentim comenta no blog

Comentário postado na Coluna O Tempo Voa Carnavais.

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Primeiramente quero agradecer pelo sentimento de saber que nossa história permanece registrada. Se não me engane foi no ano de 1995 no carro de alegoria do Clube “O Camelo”. Recebi os comentários através no celular de pessoas conhecidas que acompanham as notícias.

Cybelli Valentim

Momento Cultural: A Adivinhação – por ALBERTINA MACIEL DE LAGOS

Profª Albertina Maciel de Lagos

(Comentário):

 

– Véspera de São João! Uma fogueira a crepitar

e, num coração de jovem, algo algo a vibrar:

– O Balão da Esperança!… ele quer subir

para ao Santo, um recado transmitir

 

– E a moça, a Zefinha, saíra mui faceira,

os oratórios a visitar da vila inteira,

e, na casa de “sea Rita”, perto do altar

alguém lhe dirige um expressivo olhar

 

– Quem?… (indagam):

– O Maneco, fio do Antão Frimino

que dela gosta derna de minino.

 

(Enquanto, lá fora, em torno da fogueira, o povo canta):

 

– “Capelinha de melão

é de São João;

é de cravo, é de rosa,

e de magiricão!

 

(Zefinha deixando o falatório,

bem pertinho, chega do oratório,

e, na singeleza de um pedido

diz, assim, do Santo, no ouvido:

 

– Iscuta, meu Sanjão, do teu artá

eu levo, bem contente, essa fulô,

pru mode, amenhã, la fora, eu jogá,

e o nome sabê do meu amo!

 

– Eu ispero prô ano qui vem (se Deus quizé)

istá nôrva ou (mió ainda), casadinha.

Qui não demore não, meu Santo, tenho fé

mai… eu ti peço, pru tudo, uma precinha! Amém.

 

(E o Maneco que tudo observara,

uma resolução então tomara.

 

Não querendo parte fazer da brincadeira,

sai, pensando na “surpresa” que pretende causar a eleita

do seu coração)

 

(Zefinha, por sua vez, deixa também, o ambiente festivo

e, lá, no seu quarto, entre duvidosa e confiante, aguarda

o desfecho da sua advinhação:

– Pensando na “fulo” Zefinha não dormira!

e, quando, do Batista, o dia então surgira,

eis que, “um moço bunito” então passou

e, vendo a rosa, logo a apanhou.

 

De Zefinha se aproxima acanhado…

tosse, pigarra e, reanimado,

diz a moça que, feliz, enrubeceu:

 

– Dia!… um presente, Sanjão mandou prá eu!…

essa rosa vremeia, arrepara… a mais lindra fulo

pru mode te ofertá, Zefinha, meu amo!

 

(SILENTE QUIETUDE – ALBERTINA MACIEL DE LAGOS – pág. 43 e 44).