Com palavras simples
Eu quero chegar
Até você
E me fazer entender
Que só a ti
Pertence o meu Amor,
Este nobre sentimento:
Em qualquer momento.
José Bezerra de Oliveira
Da nudez em que vive na demência,
traduzes bem o desmoronamento.
lar que serviu de abrigo à inteligência
e onde hoje reside o esquecimento.
Outrora tu vivias na opulência:
carne, vaidade, amor, deslumbramento,
beijo, pecado, embriaguez, ardência,
e hoje, de tudo isso, o isolamento.
No mundo, tu viveste mascarada.
Hoje, porém, com a face descarnada,
Tens do teu rosto a máscara caída…
Retrato original da humanidade:
Ressaca para toda a eternidade
depois da grande dança desta vida!…
(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 12).
Deve ter sido pela madrugada:
– Em torno da modesta sepultura,
Daquela dentre as puras a mais pura,
Anjos, em graciosa revoada,
Como a medir, de céu, a imensa altura,
Vão de estrelas formando a linda escada
Por onde subiria a Imaculada…
– Jamais se viu tão régia iluminada.
(Se Deus é o Autor de tão custosa tela…).
Rasga a morte seus véus! Eis que esplendente,
Surge Maria, a quem Gabriel conduz.
Astros se apagam diante da mais bela…
E todo o Céu saúda alegremente,
A que trouxe em seu seio a própria Luz.
1969
(Entre o céu e a Terra – 1972 – Corina de Holanda – pág. 33).
Homem negro: se o sol – nessa ansiedade bruta
de quem quer e não pode, – o teu corpo procura,
com o instinto cruel de te vender na luta,
a queimar, ainda mais, a tua pele escura…
Se resistes ao sol, nessa heroica disputa,
fertilizando a terra estéril, seca e dura,
esta cor a tingir a tua carne impoluta
é a rija encrustação de tua rude bravura.
Nem o branco encoraja e nem o negro assombra.
Tanto nos vale a luz, quanto nos vale a sombra.
Desta cor morrerás e morrerás exangue
na luta, que nos dá, pelo teu maior gosto,
a flor que floresceu do suor do teu rosto,
e o fruto que nasceu do vigor do teu sangue!…
(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 23).
Verdadeira é a nação
Que educa suas crianças
Pois nas mãos do professor
É renovada essa esperança
Pra formar um engenheiro
Ou até mesmo aviador
Se quiseres ser dentista
Tens que ter um professor
Só se faz qualquer doutor
Ensinando desde o início
Não importa a profissão
É dependente deste ofício
Das profissões é a maior
Um sacerdócio sem batina
Dedicado a muitas vidas
Sendo a luz que ilumina
Todo dia um ensinamento
A cada aula uma lição
Deus proteja todos eles
Que abraçaram esta missão
O magistério é divino
Se exercido com amor
Obrigado a todos mestres
Obrigado professor!
João do Livramento.
Deve ter sido pela madrugada:
– Em torno da modesta sepultura,
Daquela dentre as puras a mais pura,
Anjos, em graciosa revoada,
Como a medir, de céu, a imensa altura,
Vão de estrelas formando a linda escada
Por onde subiria a Imaculada…
– Jamais se viu tão régia iluminada.
(Se Deus é o Autor de tão custosa tela…).
Rasga a morte seus véus! Eis que esplendente,
Surge Maria, a quem Gabriel conduz.
Astros se apagam diante da mais bela…
E todo o Céu saúda alegremente,
A que trouxe em seu seio a própria Luz.
1969
(Entre o céu e a Terra – 1972 – Corina de Holanda – pág. 33).

Estou quase me entregando
Saindo do banheiro de toalha
Caminhando de cueca pela casa
Tomando café em copo
Fazendo barba com navalha.
Achando que ciúme é amor
Trocando cega por surda
Levando tapa e achando graça
Achando que pasto é pastor
Andando descalço na praça.
Dormindo com chupeta
Usando meias listradas
Tomando banho com paletó
Confiando no fim do mundo
Bebendo cerveja na calçada.
Invejando os defeitos dos outros
Jogando no Pernambuco dá Sorte
Trocando a noite pelo dia
Roubando doce da boca de criança
Achando que está chovendo pra cima
Acreditando que tristeza é alegria.

Despercebidos
E inocentes
Lá vem os arrepios
Mexer com a alma da gente
Outra vez as sensações
A vontade de um carinho
Mais profundo
De um beijo guardado
De saudade do mundo
Que vivemos conscientemente
E que fica para sempre em nossas lembranças
Entre sussurros, recordo momentos
E não me arrependo
De atos ou fatos vividos
Mesmo que loucos ou transgredidos
Pois meu corpo em sintonia
Agradece ao teu em constante harmonia
E talvez por pura teimosia
Não paro de te amar
E de sentir tua falta
Não tenho pressa
Tenho calma
Quero conhecer não só teu corpo
Mas tua alma
Para isso, te imploro,
Me beija, teu beijo é um presente
Que adoro
E o teu abraço
Deixa meu corpo ardente
Te amando sem cansaço
Um beijo amado
Que vai subindo e vai descendo
Desliza no meio das nádegas
Sobe pelas costas
Até encontrar tua nuca
Teus cabelos afastando
Tuas orelhas volteando
Arrepiando e buscando
Teus lábios entreabertos
Com essa sede de viver
Aguenta, coração
Experimenta a sedução
Tenta e atenta
Nessa total imensidão
Abusa
Elambuza
Tiro a roupa
Te deixo louca
Sua
Suor salgado
Sal impregnado
Tua pele na minha
Minha carne na tua
Em meus lábios
Me matas a sede
Na fonte dos teus prazeres
Sede de meu tesão
Pura transgressão
Teu sexo
No meu sexo
Infringindo preconceitos
Ou regras
Braços e abraços
Bocas e línguas
Desejos hostis
Deixa correr
Deixa rolar
Na cama ou na lama
Na vontade de te amar
Vamos
Agora a sempre
Amar pensando no mundo
Um você e eu, juntos
Um gozo que seja profundo
No amor em um corpo único…
(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 19).
Ei-la aqui derrubada! Esta árvore que outrora
era o ponto melhor dos ninhos da floresta,
vivendo a proclamar a beleza da flora
altaneira, copuda e ramalhuda e erecta.
Farfalhando – acordava os pássaros na aurora
protetora – abrigava os pássaros na sesta…
Então eles cantavam uma canção sonora
uma canção de amor, de gratidão, de festa!
Mas um verme a roer-lhe as fibrosas entranhas
deu-lhe dores cruéis, estúpidas, tamanhas
fazendo-a vacilar… esmorecer e cair…
de pássaros deixando a procissão chorosa!
– José de Barros foi como esta árvore frondosa
deixou Vitória toda enlutada a carpir.
“O LIDADOR” 24.VI.1926
José Teixeira de Albuquerque, nasceu na fazenda Porteiras, Vitória de Santo Antão aos 23 de agosto de 1892. Seus pais: Luiz Antonio de Albuquerque e Dontila Teixeira de Albuquerque. Estudou medicina na Faculdade da Bahia, porém desistiu do estudo no 3º ano. Casou em segundas núpcias com a conterrânea Marta de Holanda, também poetisa e escritora. Publicou o livro de versos MINHA CASTÁLIA e colaborou em várias revistas e jornais; tanto da Vitória como do Recife. Foi funcionário do Arquivo da Diretoria das Obras Públicas do Estado,com competência e zelo. Faleceu no Recife, no dia 2 de outubro de 1948. Não deixou filhos. Sua morte foi muito sentida entre os intelectuais, que não se cansaram de elogiar sua prosa e seus versos.
Terra:
Parcela das Maravilhas
Que a Deus aprouve criar,
Mais que os outros astros brilhas,
Como eucarístico altar.
Cruz:
Quando em meus dias sombrios,
Enche a taça de amargor,
Corro a teus braços vazios,
Mesmo assim, flor de bonança –
À Dor lanço desafios
E digo com todo amor:
“Ave, única esperança!”
Eucaristia:
…Fora de Vós tudo é tristeza e treva
Por vossa graça, o pecador se eleva
E com os Anjos se põe em harmonia…
Tudo quanto fizeste me enternece,
Mas, ó Jesus, aos olhos me aparece,
Mais sublime que tudo, a Eucaristia!
1970
(Entre o céu e a Terra – Corina de Holanda – 1972 – pág. 26)
Para nós, seres humanos, o nosso espaço no cosmos, começou a três milhões e quatro centos mil anos, porém, só a trinta mil anos, começamos a entender onde vivíamos e o que éramos.
Conquistamos o fogo, iniciamos plantio das sementes, aprendemos lidar com os animais, aplicamos nosso primitivo talento para criar os instrumentos de trabalho, usando a pedra, depois descobrimos o ferro e o bronze que permitiam um avanço significativo na nossa arte de fazer as coisas.
Com o ajuntamento das pessoas, formamos as tribos, as comunidades agrícolas que foram evoluindo até a formação das cidades.
Nesse vasto espaço cósmico, a nossa memória parece confinada no estreito lugar do planeta em que vivemos. Pouco a pouco vamos aparecendo em forma de escritos históricos para dizer à posteridade o que fomos, o que somos e o que seremos.
Hoje, todas as pessoas de quem ouvimos falar, viveram e lutaram em algum ponto deste planeta.
Todos os reis, sábios, nobres e plebeus, batalhas, guerras, migrações, invenções, tudo que há nos livros, sobre a história do homem, aconteceu aqui.
Dentro desse imenso espaço do universo de onde emergimos, somos um legado de vinte bilhões de anos de evolução cósmica.
Agora vemos nosso planeta à beira da destruição. As máquinas mortíferas inventadas pelo homem para sua própria destruição. É a inversão de valores.
A maldade tomou conta do coração do homem. Agora temos que melhorar a vida na terra e conhecermos o universo que nos criou, sem desperdiçar nossa herança de vinte bilhões de anos numa autodestruição insensata.
O que acontecer no próximo milênio, dependerá do que fazemos aqui a agora, usando a nossa inteligência e a nossa vontade para salvar o planeta.
Lembremos que: “há mais coisas entre o céu e a terra de que supõe vã filosofia”.
(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 61).
O sol se descortinava na praia
Brilhando em meus olhos
Caminho só
Ar imóvel, quente
Vento assobiando ardente
Com o som da minha respiração
Um monte de pensamentos
Um toque agudo sibilante
Suspirando com prazer
O nascer de um novo dia
Uma alvorada arredia
De momentos de introspecção
Um aroma gostoso de terra molhada
Ou maresia,
Um delicada lua ornamentando o amanhecer
Em uma fantasmagórica poesia,
Plenitude
O vento zunindo
Um sentimento de dignidade
Uma visão do encanto
Insondável graça no rosto
No perplexo momento
Da percepção da vida.
O que ele diz
estará dentro do seu peito
Todo tempo
Para sempre…
Seja longe, seja perto
Não sabemos o exato, o correto
Para tudo tem um tempo
Mas quando será esse tempo certo?
(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 14).
É a lei fundamental da vida, sobre a qual repousam todas as outras Leis. Ela manifesta-se no princípio da Ordem, na presença de uma sequência regular e seguimentos de coisas no Universo. A unidade da Lei de Harmonia Universal é fundamental na vida do Universo. A unidade de Lei de Harmonia Universal é fundamental na vida do Universo. Ela se manifesta e se afirma na veracidade dos graus de constância, na multiplicidade das energias-vidas na sequência de formas da substância, como imperativo para que haja equilíbrio dinâmico emanante em toda evolução cósmica.
Os períodos da vida cósmica em toda sua manifestação, isto é, em todo movimento vibratório, ondulatório, etc, tem sua origem na Lei de Harmonia Universal, quando a existência está na Essência Indiferenciada, no Absoluto Repouso, e na existência do movimento de atividade.
(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 10).
O sol se descortinava na praia
Brilhando em meus olhos
Caminho só
Ar imóvel, quente
Vento assobiando ardente
Com o som da minha respiração
Um monte de pensamentos
Um toque agudo sibilante
Suspirando com prazer
O nascer de um novo dia
Uma alvorada arredia
De momentos de introspecção
Um aroma gostoso de terra molhada
Ou maresia,
Um delicada lua ornamentando o amanhecer
Em uma fantasmagórica poesia,
Plenitude
O vento zunindo
Um sentimento de dignidade
Uma visão do encanto
Insondável graça no rosto
No perplexo momento
Da percepção da vida.
O que ele diz
estará dentro do seu peito
Todo tempo
Para sempre…
Seja longe, seja perto
Não sabemos o exato, o correto
Para tudo tem um tempo
Mas quando será esse tempo certo?
(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 14).

Estou quase me entregando
Saindo do banheiro de toalha
Caminhando de cueca pela casa
Tomando café em copo
Fazendo barba com navalha.
Achando que ciúme é amor
Trocando cega por surda
Levando tapa e achando graça
Achando que pasto é pastor
Andando descalço na praça.
Dormindo com chupeta
Usando meias listradas
Tomando banho com paletó
Confiando no fim do mundo
Bebendo cerveja na calçada.
Invejando os defeitos dos outros
Jogando no Pernambuco dá Sorte
Trocando a noite pelo dia
Roubando doce da boca de criança
Achando que está chovendo pra cima
Acreditando que tristeza é alegria.
Na mocidade,
a razão quase sempre se encandeia,
tornando a vida uma mera ingenuidade.
O cérebro da humana criatura
– quem é moço concebe
ser uma taça de ilusões bem cheia
que o coração segura e a alma bebe.
Mas, a velhice vem
fermentando a bebida outrora pura…
e o coração, que forças já não tem,
vendo a alma fugir, derrama a taça,
que ao se precipitar de grande altura
no chão se despedaça…
(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 25).

Quando você pensa que estou triste
Estou alegre
Quando você pensa que estou mal
Estou bem
Quando você pensa que estou perdido
Estou no rumo
Quando você pensa que estou dormindo
Estou acordado
Quando você pensa que estou só
Estou acompanhado
Quando você pensa que estou embriagado
Estou sóbrio
Quando você pensa que estou caído
Estou erguido.
Enquanto você achar que estou quebrado
Prosseguirei inteiro
Enquanto você achar que sou apagado
Serei acesso
Enquanto você achar que vivo doente
Estarei sadio
Enquanto você achar que fico preso
Serei libertado
Enquanto você achar que ando sofrendo
Permanecerei feliz
Enquanto você achar que ando chorando
Seguirei sorrindo
Enquanto você achar que já morri
Continuarei vivo.
Eu não posso saber qual o pecado
que, irrefletido, cometi; suponho
seja, talvez, porque te fosse dado
meu coração, – a essência do meu sonho..
Se amar é crime, eu vou ser condenado
e toda culpa, em tuas mãos, eu ponho.
– Quem já te pode ver sem ter amado?!…
Quanto é lindo o pecado a que me exponho!
Se tens alma e tens sangue, como eu tenho;
se acreditas em Deus, dizer-te venho,
– Que pecas, tens amor, és sonhadora…
Deus deu a todos coração igual.
Se eu amo, sofres desse mesmo mal.
– O teu pecado é o meu, – és pecadora!
(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 22).