No próximo dia 3 de agosto (2015) vivenciaremos a passagem dos 370 anos da épica Batalha das Tabocas, ocorrida aqui, em nossas terras no dia 3 de agosto de 1645. A recém-criada Vitória de Santo Antão, que naquele tempo se chamava “Cidade de Braga”, fundada em 1626 pelo emigrante português Diogo de Braga, foi o “epicentro” da chamada “Restauração Pernambucana”. Aliás, os pernambucanos sempre tiveram na sua composição genética, o DNA da valentia por liberdade, foi assim, por exemplo, séculos depois, na Guerra dos Mascates, na Confederação do Equador e etc.
Pois bem, voltando ao palco da Batalha das Tabocas, nosso “torrão sagrado” – Monte da Tabocas – é preciso que se diga que foi na rebeldia dos luso-brasileiros, daqui, que nasceu a centelha do sentimento pátrio, assim como, o embrião do Exército Brasileiro.
Aqui também – no nosso Monte das Tabocas – por ocasião da nossa extraordinária vitória frente aos inimigos holandeses, a igreja católica guarda uma história de milagre. Foi, à época, atribuída à Nossa Senhora de Nazaré e ao Padroeiro Santo Antão o êxito na sangrenta disputa, isto porque, nossos bravos combatentes lutaram com armas artesanais frente a um inimigo bem treinado e com armamento pesado. Vale salientar, que nesta batalha havia também um viés de cunho religioso, uma vez que os inimigos não eram devotos da religião católicos.
Sempre que tenho oportunidade de conversar com estudiosos sobre este tema, faço as seguintes perguntas: o que estaria diferente se nós – luso-brasileiros- tivéssemos perdido a guerra, ocorrida no dia 3 de agosto de 1645, lá no Monte das Tabocas? Será que hoje Pernambuco seria um pais independente do Brasil?
Pois bem, independente de qualquer coisa a data 3 de agosto, sem sombra de dúvida, deve ser bastante comemorada por todos nós vitorienses, até porque, a temos como a data MAGNA DA CIDADE, apesar da maioria dos munícipes e até algumas autoridades não saberem disso.
Portanto, que esta comemoração dos 370 anos da Batalha das Tabocas também sirva para reflexão. Digo reflexão, porque apesar de toda sua importância e referência cívica, o nosso Monte das Tabocas, local que viu jorrar o sangue dos nossos irmãos na defesa da honra e do sentimento nativista, continua abandonado e ignorado pelos nossos gestores que parecem demonstrar muito “amor e respeito” pelo emblemático Sítio Histórico, apenas, nos vossos discursos às vésperas das eleições. Quanto aos Heróis de Tabocas, não devemos esquece-los, sempre que pudermos devemos repetir: “Dias Cardoso, João Fernandes Vieira e companhia, nós estamos aqui”.